POR AMANDA KESTELMAN
Rio - Direto de Punta Del Este o atacante uruguaio Sebastián Abreu, conhecido como El Loco Abreu, que assinou ontem um contrato de dois anos com o Botafogo, já se prepara para vestir a tradicional camisa alvinegra. Em entrevista exclusiva ao ‘Ataque’, o novo matador de General Severiano revela sua expectativa em jogar no Rio de Janeiro e em enfrentar o Flamengo de Adriano. Autor do gol que classificou a seleção do Uruguai para a próxima Copa do Mundo, este supersticioso atacante, de 33 anos de idade, que gosta de jogar com a camisa 13, mostrou conhecer muito bem o tamanho e a história do Botafogo e prometeu muito suor e títulos aos torcedores, para se tornar rapidamente um ídolo indiscutível da torcida alvinegra.
Ataque: Que fator foi crucial para convencer você a acertar com o Botafogo?
El Loco Abreu: Quando alguém escolhe uma equipe para jogar futebol, não pensa apenas na proposta econômica. Para mim, é importante pensar também em outras coisas, como, por exemplo, o nível do futebol que vai jogar, o nível competitivo que a equipe pode ter e, claro, enfrentar as grandes equipes.
Você conhece a história do Botafogo?
Quem gosta muito de jogar futebol, como eu, sabe bem o clube em que vai jogar. Estou preparado, conheço toda a história do Botafogo, que teve jogadores importantes para o futebol mundial, como o Zagallo. Um companheiro meu de seleção, o goleiro Castillo, estava lá e sempre falava do clube e do futebol do Rio de Janeiro. Também acompanhei a reta final do Botafogo no Campeonato Brasileiro.
Você e o Zagallo têm uma coisa em comum. Os dois têm uma fixação pela camisa 13. O que dizer dessa coincidência?
Seria uma falta de respeito me comparar ao Zagallo, que foi um grande jogador e um grande treinador da história do futebol brasileiro e mundial. Mas, sim, temos uma coisa em comum, que são os números que gostamos e, agora, o Botafogo também é algo em comum entre nós dois. Espero que um dia eu consiga conquistar pelo menos 10% de tudo o que o Zagallo conquistou.
E qual o sentido da fixação pelo número 13?
Dizem que o número 13 não atrai sorte. Eu gosto de ir sempre contra todas as tradições. Por isso, o número 13 sempre me acompanhou.
Como você analisa a possibilidade de enfrentar o Adriano, que é o principal atacante do grande rival do Botafogo, o Flamengo?
Nossa! É muito maravilhoso e especial jogar em um futebol tão competitivo quanto o brasileiro, que tem jogadores de excelente nível como Adriano. Fora o Ronaldo, que também está no Corinthians. O melhor é jogar com e contra os melhores. Adriano é um dos melhores atacantes do mundo. Vou desfrutar muito esse confronto no Rio de Janeiro.
Você conhece o Rio de Janeiro e os estádios da cidade, como o Maracanã e o Engenhão, que é a atual casa do Botafogo?
Já estive no Rio de Janeiro para jogar, mas nunca para desfrutar. Vai ser ótimo, não só para mim como também para toda a minha família. O Maracanã é um grande templo do futebol e o João Havelange (Engenhão), já tive a oportunidade de ver como é. Com certeza, é um dos estádios mais modernos que eu já vi.
Você já atuou no futebol brasileiro, jogando no Grêmio ao lado de Ronaldinho Gaúcho. Foi uma experiência marcante jogar aqui?
Claro, foi maravilhoso. Infelizmente, naquele ano (1998), eu não consegui fazer muitas participações no clube, sofri com uma lesão, mas, sem dúvida, jogar no Brasil foi uma experiência muito legal. E o futebol brasileiro é, de longe, o mais bonito e tradicional de todo o mundo. É sempre uma honra, principalmente quando você está jogando com o Ronaldinho, que é um grande nome do futebol mundial.
Que recado você mandaria hoje para a torcida do Botafogo, que, sem dúvida alguma, está ansiosa para conhecer de perto o futebol do artilheiro Loco Abreu?
Eu simplesmente tenho que agradecer a toda a torcida pela oportunidade de entrar na história do futebol do Botafogo. E por poder compartilhar essa camisa, que tem muito peso. Tenho certeza de que este ano a equipe toda do Botafogo vai fazer de tudo para que o time tenha um ano muito vitorioso.