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Na mira do Cruzeiro, Guerreiro não teme pressão da torcida do Botafogo

Volante afirma não ter pedido para deixar Alvinegro e garante suportar vaias: 'Quem não suportar pressão é melhor jogar em time sem torcida'
 
Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Leandro Guerreiro no treino do Botafogo 
Leandro Guerreiro afirma não ter acerto com o
Cruzeiro (Foto: Agência Photocâmera)
 
Após 15 dias de viagem, Leandro Guerreiro retornou ao Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira já pronto para seguir a Porto Alegre, onde passará o Natal. Na bagagem, além das compras, existe o interesse do Cruzeiro, que iniciou uma conversa com o Botafogo sobre a possível contratação. O volante, entretanto, garante que, por enquanto, certeza mesmo é o email enviado pela diretoria alvinegra: reapresentação no dia 5 de janeiro, em General Severiano.

Com contrato até o fim de 2012, Leandro Guerreiro tem multa rescisória estipulada num valor pouco acima de R$ 1 milhão. Mas o volante garante que por dinheiro algum pediria para sair do Botafogo. A saída de Lucio Flavio poderá fazer com que, na próximo ano, a responsabilidade seja ainda maior e a paciência dos torcedores, ainda menor. Mas o volante deixa claro que não será por esse motivo que deixará o clube que defende há quatro temporadas e pelo qual disputou 222 partidas.

O Cruzeiro chegou a propor uma troca com o Botafogo. O clube carioca respondeu que aceitaria negociar apenas se fosse por Fabrício, Henrique ou Marquinhos Paraná. Os mineiros descartaram e chegaram a colocar o meia Roger em pauta, mas o Alvinegro não se mostrou interessado.

Muito se fala sobre o fato de você considerar encerrar seu ciclo no Botafogo. Sair do clube é vontade sua?

Minha vontade é que todas as partes saiam bem. Estou muito feliz e nunca pedi para ser negociado. Sou Botafogo de coração. Fiquei chateado com o que li durante minha viagem, pois venho tentando construir uma história bonita no clube e há pessoas tentando destruí-la de forma maldosa, com algumas palavras. Alguém está mentindo para o torcedor.

Mas jogar a Libertadores pela primeira vez seria algo que poderia fazer você pensar em defender o Cruzeiro?

Todo mundo quer jogar a Libertadores. Mas eu saio apenas se for bom para mim, para o Botafogo e para o outro clube. Ou então se o Botafogo disser que não conta mais comigo. Mas agora que voltei de viagem é que vou saber o que é verdade e mentira. Amanhã vou para Porto Alegre e conversarei com meu empresário. Mas não falei com ninguém do Botafogo. Por enquanto, a única coisa que sei é que preciso me apresentar no dia 5 de janeiro.

Você terminou a temporada sendo vaiado em algumas partidas no Engenhão. Teme que, com a saída de Lucio Flavio, a pressão seja maior sobre os seus ombros?

Todo profissional tem altos e baixos. Sei que os mais cobrados são os mais antigos. Em qualquer clube é assim. Mas quem não suportar pressão é melhor jogar em time sem torcida. Se eu for para outro clube grande, também serei cobrado. Por isso, esse assunto não pesa. Sei que a torcida do Botafogo tem grande carinho por mim. Você encontra muitos fora do país e eles te carregam no colo.

As vaias sofridas no fim da última temporada incomodaram?

Lógico que o objetivo é jogar bem sempre e agradar o torcedor. Mas sei que não tive atuações tão boas nas últimas partidas. Aliás, o Botafogo criou uma grande expectativa nos torcedores, pois brigamos pelo título. Acho que as vaias foram mais por isso. A torcida ficou chateada, e nós jogadores também. Mas agora quero descansar e recarregar as energias. Quando a temporada recomeçar, vamos sofrer mais pressão já no Campeonato Carioca.

Após a negociação de Lucio Flavio, o mais provável é que você seja o capitão do Botafogo em 2011. Isso pesaria no momento de pensar em ficar ou sair do clube?

Esse lado é sempre bom também. Na final do Campeonato Carioca eu era o capitão, levantei a taça e consegui entrar para a história do clube. Sou um cara mais pacato, fico mais na minha. É satisfatório ser o capitão, mas também não me importaria se outro fosse o escolhido. Não tenho essa vaidade.