Em nota oficial, Rubro-Negro classifica Eduardo Uram como persona non grata. Agente se defende
Eduardo Uram, empresário de João Filipe
(Foto: Richard Fausto / GLOBOESPORTE.COM)
(Foto: Richard Fausto / GLOBOESPORTE.COM)
A diretoria do Flamengo não recebeu bem a informação de que o zagueiro João Filipe, ex-Figueirense, vai jogar pelo Botafogo a partir de 2011. O jogador, de 22 anos, também era pretendido pelo Rubro-Negro, mas o rival venceu a concorrência com uma proposta superior. O reforço vai assinar contrato de cinco anos de duração e foi confirmado oficialmente.
Em nota publicada no site oficial, o departamento de futebol do Flamengo repudiou o desfecho da negociação e classificou o empresário do jogador, Eduardo Uram, como “persona non grata no clube”.
"O Departamento de Futebol do Clube de Regatas do Flamengo esclarece que tinha um acordo verbal com o Sr. José Carlos Brunoro, representante do Grupo Sendas, para aquisição de um percentual dos direitos econômicos sobre os direitos federativos do atleta João Filipe.
Devido à informação de um acerto entre o atleta e outro clube, através de interferência direta de Eduardo Uram, o Flamengo entende que a postura adotada neste episódio torna o empresário persona non grata no clube."
Uram tomou conhecimento do texto e se defendeu. Disse que foram realizadas três reuniões com o departamento de futebol do Flamengo. Entretanto, segundo ele, o clube não alcançou as expectativas do atleta.
João Filipe, ex-zagueiro do Figueirense
(Foto: Divulgação / Site Oficial)
(Foto: Divulgação / Site Oficial)
- A proposta que foi apresentada para o meu cliente, financeiramente, era a metade das de outros clubes. Em função disso, minha função era defender o interesse do meu cliente, que foi quem me contratou. Foi feito com lisura. Ontem (terça-feira), houve uma terceira reunião com o Luiz Veloso (diretor de futebol), Vanderlei (Luxemburgo, técnico do Fla) e com o Isaías (Tinoco, gerente de futebol). Eles sabiam dos parâmetros do contrato do João Filipe. Não era nada absurdo. Não valorizaram o contrato do jogador, sabiam que clubes pagavam um melhor contrato. Não tinha comissão, compra de diretos. A operação era apenas o contrato do jogador. Não poderia tomar qualquer decisão diferente. Numa transferência de futebol, você tem de ter um acordo completo entre todos na operação, inclusive o jogador. Não adianta um acordo verbal de uma das partes com o clube. O jogador não foi valorizado na sua pretensão, dentro dos contratos que conheço do Flamengo. É um jogador emergente. A proposta que ele recebeu foi abaixo do momento que atravessa – disse, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.
O empresário conta que entrou em contato com a presidente Patricia Amorim e não teme que a relação com o clube fique comprometida. Uram agencia vários jogadores do Flamengo. Entre eles, David, Léo Moura, Marcelo Lomba, Egídio e Rafael Galhardo.
- Quanto ao fato de ser persona non grata, tive o cuidado de ligar para presidente Patricia Amorim, que ocupa o maior cargo no Flamengo, e esclareci com todos os detalhes a minha tomada de decisão. Ela foi clara ao dizer que se isso acontecer seria posição exclusiva do departamento de futebol. Posso dizer que é uma instituição que respeito, tenho carinho e apreço e acho que meu relacionamento com a instituição não vale apenas um jogador. Vale muito mais que isso. Não me considero persona non grata. É doloroso. Às vezes, gostaria de dividir o jogador em dois e colocar metade para cada lado. Tomei uma decisão com clareza, transparência. Entendo a postura emocional dos envolvidos, são meus amigos. Quando a decisão não é a esperada, você magoa. Entendo que colocaram no momento de forte emoção. Minha consciência está tranquila.