Alvinegro conquista título estadual em cima do Flamengo e passa perto de alcançar sonhada vaga na Libertadores
Em 2010, o Botafogo conseguiu resgatar suas origens: foi o ano da volta dos títulos e dos ídolos, elementos que vinham passando longe de General Severiano. Com uma equipe reforçada por nomes que logo se identificaram com o clube, o Alvinegro conquistou o Campeonato Carioca de maneira inédita e esteve durante quase todo o Campeonato Brasileiro na luta por uma vaga na Libertadores e até mesmo pelo primeiro lugar.
Assim, com a chegada de alguns reforços pontuais e a recuperação de alguns importantes nomes que desfalcaram a equipe na reta final da temporada, a expectativa é de um Botafogo capaz de dar um passo à frente em 2011: bicampeonato estadual, briga pelo título Brasileiro e pela classificação para a Libertadores.
Números da temporada 2010
O Botafogo fechou a temporada com 61 partidas oficiais disputadas. Foram 31 vitórias, 19 empates e 11 derrotas, representando 61,2% de aproveitamento. O Alvinegro marcou 105 gols e sofreu 77. O artilheiro da equipe em 2010 foi Loco Abreu, com 24 gols. Leandro Guerreiro foi quem mais entrou em campo: 57 vezes.
O ano do Botafogo: Campeonato Carioca
Não teve para ninguém. O Botafogo reinou absoluto no Rio de Janeiro em 2010. Pela primeira vez em sua história, o Alvinegro sagrou-se campeão estadual de forma antecipada, conquistando os dois turnos. Mas a trajetória começou de forma conturbada. A derrota por 6 a 0 para o Vasco, no Engenhão, criou uma profunda crise, que depois transformou-se no ponto da virada. Com a demissão do técnico Estevam Soares e a contratação de Joel Santana, o Glorioso arrancou para conquistar a Taça Guanabara sobre o mesmo Vasco.
Na Taça Rio, o Botafogo confirmou sua superioridade e, principalmente, a eficiência nos clássicos. A decisão contra o Flamengo foi a redenção após três vice-campeonatos consecutivos diante do maior rival. A partida final, vencida por 2 a 1, teve como pontos altos a cavadinha de Loco Abreu e a defesa de Jefferson em cobrança de pênalti de Adriano.
Copa do Brasil: mais um ano de decepção
A primeira competição nacional de 2010 foi novamente uma grande decepção para o Botafogo. Assim como no ano passado, o Alvinegro foi eliminado na segunda fase, e dentro de sua casa. Na primeira rodada, o time de Joel Santana sofreu para passar pelo São Raimundo-PA, campeão da Série D. A classificação se deu graças a uma punição sofrida pelo time paraense, que escalou jogadores de forma irregular. Depois foi a vez do Santa Cruz. Apesar da vitória por 1 a 0 em Recife, o Botafogo perdeu por 3 a 2 no Engenhão e ficou pelo meio do caminho.
Campeonato Brasileiro: briga na elite nacional
Derrota para o Grêmio deu fim ao sonho da
Libertadores (Foto: Roberto Vinicíus / Ag. Estado)
Libertadores (Foto: Roberto Vinicíus / Ag. Estado)
Foi uma temporada de oscilações para o Botafogo no Brasileirão, mas com saldo positivo. Depois de um bom início e dois ciclos de jejum, o Alvinegro brigou até a última rodada por uma vaga na Libertadores de 2011, apesar de não ter sido apontado como um dos favoritos. Na reta final, foram nove partidas sem vitórias, contrastadas com 11 partidas de invencibilidade. O Botafogo terminou o Brasileiro como uma das equipes que menos perderam (sete partidas) e marcado pela boa atuação de sua defesa.
No segundo turno, o Botafogo contratou Marcelo Mattos, Maicosuel e Jobson. A equipe deu um salto de qualidade, que se refletiu na tabela de classificação. A briga passou a ser pelas primeiras posições na tabela. Na virada do primeiro para o segundo turno, o time de Joel Santana mostrava força suficiente para sonhar pelo título após 15 anos.
O Botafogo seguiu na luta até as últimas rodadas, apesar do excesso de empates e pontos perdidos em vacilos, principalmente dentro de casa, nos últimos minutos de algumas partidas. Mas as lesões de alguns de seus mais importantes jogadores contribuíram para que a equipe ficasse fora da briga pelo título e, com a derrota para o Grêmio na última rodada, adiasse por mais um ano o sonho de disputar a Libertadores.
Lesões: o maior problema do Botafogo em 2010
Lesão de Maicosuel prejudicou desempenho do
Botafogo no Brasileirão (Foto: Ag. Estado)
Botafogo no Brasileirão (Foto: Ag. Estado)
Foi exatamente quando mais precisava de todo o seu grupo que o Botafogo sofreu com desfalques. Quase que de forma simultânea, Maicosuel e Fábio Ferreira tiveram graves lesões no joelho esquerdo, que o tiraram dos últimos dois meses do Campeonato Brasileiro. Herrera também foi operado, mas no ombro esquerdo, retornando apenas na última rodada da competição. Marcelo Mattos também passou por uma cirurgia por causa de uma crise de apendicite, se tornando mais um importante desfalque na reta final. Maicosuel e Fábio Ferreira, inclusive, devem voltar ao time apenas no fim do Estadual ou no início do Brasileirão de 2011.
Surge um novo ídolo
Bastou o nome de Loco Abreu ser oficialmente anunciado para a torcida fazer festa. Surgia de forma imediata um novo ídolo no Botafogo. Desde Túlio Maravilha um jogador não cativava os alvinegros de tal maneira, e os feitos do uruguaio serviram para reforçar o status. Apresentado com uma grande festa em General Severiano, o atacante recebeu de Zagallo a camisa 13. E com ela marcou gols importantes durante toda a temporada. O principal deles, a cavadinha na cobrança de pênalti na vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo na final da Taça Rio, que deu o título estadual após três vices para o maior rival.
Fenômeno de popularidade, Loco Abreu também tornou-se craque no marketing. A diretoria do Botafogo aproveitou a empatia com os torcedores para lançar uma série de produtos com a marca do atacante. Um deles a camisa Celeste Alvinegra, na cor do uniforme da seleção do Uruguai, acompanhada de perto pelos torcedores do Botafogo na Copa do Mundo.
Caio, a revelação; Jobson, a decepção
A última temporada marcou os destinos opostos de dois jovens do ataque alvinegro. Em seu primeiro ano como profissional, Caio brilhou no Campeonato Carioca. Seus gols decisivos, depois de deixar o banco de reservas, lhe renderam o apelido de talismã. No Brasileiro, entretanto, o atacante não conseguiu manter o nível das atuações, foi criticado pela torcida e chegou a ser punido pelo clube depois de fazer um gesto obsceno para a arquibancada. O ano de 2010 também marcou a volta de Jobson, que depois de cumprir suspensão por doping, assinou contrato longo com o clube. Mas em apenas seis meses colecionou atos de indisciplina, atuações irregulares e, por fim, foi emprestado ao Atlético-MG.