Documento entregue à CBF pretende unificar Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa ao Brasileiro
Pelé foi a estrela da primeira edição de 'Placar'
Daniel Leal e Leo Burlá
O dossiê reconhece não ter explicação sobre quando a Taça Brasil e o Robertão “foram colocados em cheque (sic), ou passaram a ser, gradativamente, esquecidos”. O documento, no entanto, aponta a existência de duas teorias sobre o caso.
A primeira delas afirma que o Brasileiro foi usado pela ditadura militar para “integrar o país”. De fato, o torneio cresceu e foi inchado para uma suposta unificação nacional. O dossiê, porém, cita que “as competições nacionais anteriores foram diminuídas ou convenientemente evitadas por boa parte da opinião pública.”
– Isso não é verdade, até porque o que aconteceu antes foi sob o comando de João Havelange (presidente da CBD de 1956 a 1974), um ardoroso defensor da ditadura militar – afirma o jornalista Juca Kfouri.
Outra teoria diz que a “Placar”, renomada revista criada em 1970, “não teve interesse em valorizar uma época em que ela ainda não existia.” Mas o próprio dossiê possui trechos da publicação reconhecendo os vencedores do Robertão e da Taça Brasil como campeões nacionais.
A primeira delas afirma que o Brasileiro foi usado pela ditadura militar para “integrar o país”. De fato, o torneio cresceu e foi inchado para uma suposta unificação nacional. O dossiê, porém, cita que “as competições nacionais anteriores foram diminuídas ou convenientemente evitadas por boa parte da opinião pública.”
– Isso não é verdade, até porque o que aconteceu antes foi sob o comando de João Havelange (presidente da CBD de 1956 a 1974), um ardoroso defensor da ditadura militar – afirma o jornalista Juca Kfouri.
Outra teoria diz que a “Placar”, renomada revista criada em 1970, “não teve interesse em valorizar uma época em que ela ainda não existia.” Mas o próprio dossiê possui trechos da publicação reconhecendo os vencedores do Robertão e da Taça Brasil como campeões nacionais.
Confira bate bola exclusivo com o jornalista Juca Kfouri, que trabalhou na revista ‘Placar’ como chefe de reportagem (1974/78) e diretor de redação (1979/95)
LNET!: O que você acha da tese relatada no dossiê sobre a “Placar”?
Juca Kfouri: Isso é um absurdo. Na época, a “Placar” tinha grandes e experientes jornalistas, nomes do naipe do João Máximo. É um argumento pobre, paupérrimo. Tanto não é verdade que o número zero tinha o Pelé, que foi protagonista de tudo aquilo que o Santos conquistou. É um insulto, um absurdo dizer que a “Placar” acha que o futebol começou depois de 1970.
LNET!: E a tese sobre a influência da ditadura militar no “esquecimento” daquelas competições?
Juca Kfouri: Isso é um absurdo. Na época, a “Placar” tinha grandes e experientes jornalistas, nomes do naipe do João Máximo. É um argumento pobre, paupérrimo. Tanto não é verdade que o número zero tinha o Pelé, que foi protagonista de tudo aquilo que o Santos conquistou. É um insulto, um absurdo dizer que a “Placar” acha que o futebol começou depois de 1970.
LNET!: E a tese sobre a influência da ditadura militar no “esquecimento” daquelas competições?
Juca Kfouri: Aí é que está: pior do que uma mentira é uma meia verdade. É verdade que a ditadura usou o Campeonato Brasileiro para uma suposta integração nacional, mas isso nada tem a ver com esquecer o que houve no passado.
LNET!: Você é a favor da unificação dos títulos a partir de 1959?
LNET!: Você é a favor da unificação dos títulos a partir de 1959?
Juca Kfouri: Para mim, é muito claro: o Robertão é equivalente ao Brasileiro; a Taça Brasil, não. Mas isso não diminui em nada a importância daquele torneio. São coisas incomparáveis. Isso não empalidece que aquele Santos foi o maior time de futebol de todos os tempos.
