Atacante comprova prestígio no Uruguai como principal nome de lançamento de livros que contam participação da Celeste no Mundial
Loco Abreu com jornalistas em programa de TV
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
Para Loco Abreu, fazer uma cavadinha numa decisão de pênaltis de Copa do Mundo pode ser normal. Mas a atitude ousada elevou o atacante da condição de ídolo à de mito no Uruguai. Quase seis meses depois de terminada a surpreendente campanha da Celeste na África do Sul, o camisa 13 ainda colhe os frutos do seu protagonismo, principalmente na partida das quartas de final, contra Gana, no dia 2 de julho. Na noite da última segunda-feira ele foi o grande nome de um programa de televisão de Montevidéu, que celebrou o lançamento de dois livros que relatam a participação da seleção no Mundial.
O astro chegou ao estúdio quando já rodava a vinheta de abertura. Presente à mesa ao lado dos autores dos livros e de um cantor uruguaio, Loco Abreu reviu sua cavadinha e se emocionou ao assistir a um vídeo feito pelo jornalista Sergio Gorzy, que mostrava, da arquibancada do Soccer City, em Johanesburgo, a comemoração daquele pênalti por parentes dos jogadores. Lá estava sua filha Valentina, que chorava lágrimas logo acompanhadas pelas do pai.
Ele também fez o público rir ao lembrar que avisou aos companheiros de time que executaria a cavadinha na Copa do Mundo, caso houvesse a oportunidade.
Filha mais velha de Abreu, Valentina estrela contracapa de livro sobre seleção do Uruguai na Copa. A foto é do momento em que Asamoah Gyan cobrou o pênalti no último minuto da prorrogação. O africano chutou no travessão e, alguns minutos depois, seu pai faria a famosa cavadinha que levou a Celeste à semifinal (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
- Havia falado que se houvesse uma disputa de pênaltis eu seria o último a cobrar e faria a cavadinha. Os jogadores disseram que eu não seria maluco a esse ponto e pediram que eu não fizesse para não matá-los e nem suas famílias do coração. O treinador avisou que eu seria o terceiro a cobrar, mas pedi para ser o quinto - recordou.
Depois da gravação do programa, Loco Abreu logo foi cercado para distribuir autógrafos e posar para fotos ao lado dos fãs. Na plateia estava Pablo Forlán, ex-jogador do São Paulo e pai de Diego Forlán, eleito o melhor jogador daquele Mundial.
Autor do livro “Camara Celeste en Sudafrica”, Sergio Gorzy destacou a importância de Loco Abreu para o Uruguai. E garantiu que, hoje, ele representa muito mais do que um esportista.
Depois do programa, Abreu autografou livros
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
- Ele sempre leva a Celeste e a camisa de seu clube de coração por baixo dos uniformes que usa. Isso quer dizer muita coisa. É uma pessoa tão incrível que aquela cavadinha jamais aparecerá nas estatísticas oficiais, mas foi o gol mais importante do Uruguai na Copa do Mundo. Abreu é um símbolo do nosso país, alguém que vai além do futebol - disse.
Para o jornalista, o prestígio de Loco Abreu no Uruguai pode levá-lo a um patamar ainda mais elevado.
- Com certeza ele será o treinador da nossa seleção na Copa do Mundo de 2030. Já será um técnico experiente e poderá nos levar ao título. Mas se quiser, pode ser um político no Uruguai, e garanto que teria uma enorme popularidade - afirmou Sergio Gorzy.