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'Machucado' e 'sentido', Joel coloca em dúvida seu futuro no Botafogo

Treinador desabafa após vaias e críticas no clássico diante do Vasco. E afirma que tirou o Alvinegro 'do nada' em 2010

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Joel Santana na derrota do Botafogo para o Vasco (Foto: Fernando Maia / Agência O Gobo) 
Joel Santana cabisbaixo ao lado de Everton durante
o clássico (Foto: Fernando Maia / Agência O Gobo)
 
"Muito machucado". "Muito sentido". "Muito mal". Dessa forma, o treinador Joel Santana passou as 24 horas seguintes à derrota do Botafogo para o Vasco. Quando, além de assistir ao seu time perder o clássico no Engenhão por 2 a 0, ainda foi expulso de campo pelo árbitro Péricles Bassols e teve que ouvir vaias e pedidos de "expulsa" vindos do lado da torcida alvinegra. Em entrevistas às Rádios Globo e Tupi no fim da tarde desta segunda-feira, Joel deixou o seu futuro no clube em aberto. E desabafou.

- Não sei (sobre a permanência no clube). A gente não pode abandonar nosso conceito, mas fiquei muito mal. Fui cedo no Botafogo e conversei com meu supervisor (o gerente Anderson Barros), que é meu amigo. Não fui entregar o cargo, fui conversar o que eu estava sentindo. Estou muito sentido. Estou triste, muito machucado - afirmou.
Emocionado, com a voz embargada, Joel não escondeu a mágoa por ter recebido críticas vindas de torcedores do Botafogo durante o clássico.

- O que mais mexeu foi ser chamado de burro porque ia tirar o Somália. Mas o Everton pediu pra sair. Incentivaram minha expulsão e fui chamado de burro.

- Não foi a galera. Foi uma pessoa que estava me agredindo sem razão, sem motivo, desde o começo do jogo. Nós somos líderes, perdemos e continuamos lideres. Tenho maior respeito pelo Botafogo e pela torcida. Recusei várias propostas. Agora eu não consigo fazer mais nada. O Everton falou para mim: 

"Professor, eu não aguento mais. Estou com cãibras nas duas pernas". Eu falei: "Filho, então sai você". Aí sou vaiado. Quero botar o Somália, sou vaiado. Quero botar o Alessandro, sou vaiado. Quero botar o Fahel, não posso. Não consigo fazer mais nada - desabafou.

Joel relembrou que assumiu o clube em um momento delicado, após a goleada de 6 a 0 sofrida diante do próprio Vasco, na Taça Guanabara de 2010.

- Eu cheguei ontem (domingo) em casa muito sensível. Eu tirei o Botafogo do nada e fomos campeões (cariocas). Fizemos um grande Brasileiro. Estamos liderando o grupo no Carioca. Está todo mundo passando por problemas, o Vasco, o Fluminense. O Flamengo ontem (domingo) empatou com o penúltimo. Agora, tem que ter um pouco de paciência.

Joel lembrou que não está podendo contar com vários jogadores importantes do elenco.

- Eu estou sem seis jogadores (para o jogo contra o Boavista), para começar a brincadeira. Os três das seleções (Jefferson, Loco Abreu e Arévalo) e os que receberam cartões (Everton, Herrera e Rodrigo Mancha). Fora o Bruno, o Maicossuel. Ao todo, são dez jogadores. Assim, nem a Seleção Brasileira.
E admitiu que alguns jogadores contratados para a temporada ainda não apresentaram o rendimento esperado:

- Têm jogadores que ainda não entenderam o que é o Botafogo. O garoto lateral-esquerdo (Márcio Azevedo) ainda não mostrou o que pode. O Arévalo ainda não mostrou todo seu potencial. O Lucas é um menino, ainda não sentiu bem o que é jogar em um clube grande. O Everton também ainda não mostrou o que pode.