Empresa de plano de saúde já estuda até consequências de fim de parceria ao término de 2011. Celso Barros tem relação fria com o presidente Siemsen
Celso Barros, presidente da Unimed, e Peter
Siemsen, mandatário do Flu (Foto: Reprodução)
Siemsen, mandatário do Flu (Foto: Reprodução)
Crises de relacionamento em parcerias duradouras até certo ponto são normais, mas a que ronda o Fluminense e seu patrocinador nas últimas semanas pode acabar com uma união que já dura 12 anos. Responsável pela imensa maioria dos investimentos realizados pelo clube das Laranjeiras no futebol neste período, a Unimed já colocou em pauta a não renovação do contrato que termina em 31 de dezembro, e seu departamento jurídico tem realizado um levantamento do prejuízo que será causado caso opte por esta decisão.
Os motivos para tal dilema não são poucos. Como se não bastasse a irritação ao ter sido questionado por associados da rede de plano de saúde sobre a relação com o Tricolor, o presidente Celso Barros não anda nada satisfeito com a forma com que a nova gestão tem conduzido o clube. Decisões como a demissão de Alcides Antunes - seu homem de confiança - da vice-presidência de futebol e a recusa para a reaproximação de Tote Menezes do clube contrariaram o empresário, que, nos bastidores, não esconde a chateação.
Se tem uma relação fria com o presidente Peter Siemsen, Barros se incomoda mesmo é com a participação de Mário Bittencourt, novo assessor da presidência, no futebol. Gestor de futebol em 2009, o advogado tem preenchido a lacuna no departamento desde a saída de Antunes, pelo menos no relacionamento interno, o que não agrada ao presidente do patrocinador.
O fato de ainda ter oito meses de contrato a serem cumpridos torna qualquer opinião momentânea passível de reflexão. Entretanto, Celso Barros já pediu aos advogados da Unimed um estudo de quanto seria necessário gastar com contratos de direitos de imagem em vigor com atletas para que o vínculo com o clube seja encerrado em dezembro. Grande parte do elenco atual está ligado à empresa, principalmente estrelas como Deco, Fred, Conca e Emerson.
Ao comentar o possível fim da parceria, o empresário foi evasivo e deixou o futuro em aberto.
-Não tenho que ficar falando sobre isso. É uma relação normal, institucional, entre o presidente do clube e o da Unimed"
Celso Barros, presidente da Unimed
- A parceria está sempre sendo reavaliada. O contrato é por prazo definido, no caso do atual até o fim de 2011, e tanto o Fluminense quanto a Unimed, faltando 30 dias para o fim do compromisso, podem fazer a denúncia do contrato, ou seja, optar por não renová-lo. Mas nesse momento não existe nada nesse sentido.
Já sobre a relação com o novo mandatário, Barros evitou a polêmica, embora tenha deixado transparecer desconforto com o assunto.
- Não tenho que ficar falando sobre isso. É uma relação normal, institucional, entre o presidente do clube e o da Unimed.
A insatisfação do empresário desde a queda de Alcides Antunes é tanta, que nem mesmo em seu camarote no Engenhão ele tem sido mais visto com frequência, como de costume. Diante da decisão da diretoria, ele não esteve presente no Fla-Flu, realizado no dia seguinte à demissão do dirigente. A ausência se repetiu também diante de Boavista e Vasco, sendo quebrada somente na partida decisiva diante do América do México, pela Libertadores.
O casamento está estremecido. Resta agora esperar saber o que será gerado nesses próximos quase nove meses de união.