Novo camisa 10 do Botafogo garante estar mais confiante, muito por conta da ajuda piscológica antes das partidas
Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Ele não se destaca como Loco Abreu na área, Joel Santana à beira do campo ou Caio no banco de reservas. Mas atualmente é o camisa 10 do Botafogo e tem como principal função municiar os atacantes. Renato Cajá soma dois gols e três assistências no Campeonato Carioca e é peça importante da equipe no início de temporada. Mas não estão sobre ele os holofotes do time de melhor campanha na Taça Guanabara.
No entanto, nada que incomode o jogador de 26 anos, que teve o contrato renovado no início de 2011. Para o autor de um gol relâmpago na vitória por 3 a 1 sobre o Olaria, no último sábado (com 13 segundos de partida), o mais importante é se destacar sob os olhos de Joel Santana e do grupo.
- Realmente nunca é ruim aparecer, mas não quero ser destaque em jornal. Quem pensa quer muito ser destaque individual não ajuda o grupo. Por exemplo, se eu não ajudasse o Loco, ele não seria destaque. E se ele não estivesse tão bem, o Botafogo não seria o líder. Então, não adianta buscar esse reconhecimento por fora. Ele precisa acontecer aqui dentro. O principal é aparecer para o treinador e para o grupo - explicou.
O grupo, aliás, tem sido, para Renato Cajá, um importante ponto de apoio. Quando acertou sua permanência no clube, o meia colocou na cabeça o objetivo de mostrar um futebol ousado e assumir algumas responsabilidades em campo. Segundo ele, sua meta tem sido cumprida graças à confiança transmitida pelos companheiros.
Renato Cajá gol BotafogoRenato Cajá comemora um de seus gols pelo Botafogo 2011: feliz pelo reconhecimento interno (Foto: Ag. Estado)
- No ano passado, entrava no segundo tempo e queria mostrar de qualquer maneira, mas acabava não fazendo nada. Agora estou mais confiante e mais firme. Também percebo que os companheiros me respeitam mais, querem que eu pegue na bola e faça uma jogada. Observam que estou buscando espaço e ajudando - disse.
O encontro com a autoconfiança se deve, segundo ele, muito em função das frequentes conversas com a psicóloga do Botafogo, Maíra Ruas. Renato Cajá afirma que com este tipo de trabalho antes das partidas, vem conseguindo passar por cima de vaias ou críticas ainda ouvidas da arquibancada do Engenhão.
- Costumo conversar com ela na véspera ou no dia das partidas, e tem sido muito bom. Além da importância de fazer uma análise, ela pede para que eu crie uma espécie de bolha para isolar tudo o que é negativo, pois às vezes você escuta uma vaia aqui e outra ali. Assim, consigo entrar em campo com a cabeça tranquila, sem que nenhum fator externo me atrapalhe.