Base envelhecida de fãs faz Glorioso voltar sua atenção para os jovens. Maicosuel é peça chave de projeto
Daniel Leal, Hugo Perruso e Leo Burlá
No Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro
O presidente Maurício Assumpção tem na ponta da língua o perfil do torcedor botafoguense: a grande maioria tem faixa etária de 45 a 60 anos, alto poder aquisitivo e nível de instrução elevado – terceiro grau e, em boa parte das vezes, até pós-graduação.
– É um público diferenciado. Seria ótimo, não fosse o problema que a base de jovens é muito pequena. Se não houver um planejamento para rejuvenescer sua marca e sua torcida, em 20 anos teremos um monte de senhores vendo os jogos em casa pelo pay per view – explicou o mandatário.
O Botafogo passou, então, a voltar sua atenção ao público jovem. E os passos iniciais, segundo o clube, são a construção e a exploração de novos ídolos – o anterior havia sido Túlio Maravilha, herói da conquista do título brasileiro de 1995. O primeiro veio inesperadamente: Loco Abreu cativou a torcida e, em poucos meses, tornou-se a referência do elenco. De quebra, ganhou produtos personalizados, como uma camisa do Uruguai, seu país natal, com o escudo do Botafogo.
O outro, sim, foi planejado. Trazido em 2009 do Hoffenheim (ALE), Maicosuel era um pedido da torcida. Antes de acertar sua contratação, em junho passado, o clube chegou a se deparar com um princípio de mobilização dos fãs para arrecadação de recursos. Diante da comoção, viu a oportunidade de reforçar o time e, de quebra, ganhar um novo horizonte comercial.
– Falavam para abrirmos uma conta que o torcedor colocaria o dinheiro. Não duvidei em momento algum que a torcida pudesse fazer isso. Mas não é assim que quero. O que fizemos então? Trouxemos o Maicosuel e e propusemos que depois os torcedores ajudassem a pagar a conta – disse Assumpção.
Maicosuel chegou ao clube com uma linha de produtos pronta, que vai desde camisas e bolas autografadas até roupas para bebês. O sucesso das iniciativas faz o clube sonhar com uma nova geração de jovens torcedores, como em 1995.
– Queremos fazer com que essa última geração, que foi a do Túlio, consiga fazer o seu filho torcer para o Botafogo – afirmou o presidente.