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Após conversa, Joel encerra caso Abreu: 'Foi pesadelo que passou'

Treinador afirma que nova divergência não mudará papel do uruguaio no time, mas afirma: 'Esquema bom é o que ganha'

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro



Joel Santana gosta de usar analogias para falar sobre algumas situações, principalmente nos momentos de crise. E foi lembrando uma viagem de avião que o treinador comentou as palavras de Loco Abreu, que após a vitória sobre o Duque de Caxias, na última quinta-feira, criticou a utilização pelo Botafogo de um esquema que considerou muito defensivo. Após uma reunião de quase duas horas entre jogadores e comissão técnica, nesta sexta, o técnico falou que o Alvinegro está novamente em busca do céu de brigadeiro.

- Não sei se a expressão é lavar a roupa suja, mas sim colocar as coisas nos seus devidos lugares. Quando acontece algo fora do normal, minha função é colocar o avião no seu caminho e desviar da tempestade para não entrar em turbulência. Foi um pesadelo que já passou - disse.

Por determinação da diretoria, nem Loco Abreu nem qualquer outro jogador foi autorizado a conceder entrevista nesta sexta. Por isso, coube a Joel dizer que a reunião serviu para que as arestas fossem aparadas. E que, no papo, o uruguaio explicou as declarações dadas ainda à beira do campo.

- O Abreu disse que em nenhum momento quis entrar na parte tática. Eu falei o que achava do que aconteceu e resolvemos tudo frente a frente. Ele vai fazer sua parte, e eu vou fazer a minha. Às vezes, a pessoa fala o que não quer. Até fiquei surpreso com o que aconteceu, pois sabia que teríamos problemas na partida de estreia. O calor era muito forte e houve pouco tempo para treinos. Dei ênfase à preparação física e não quis mexer na estrutura do time. Se tivéssemos uma atuação de gala ontem (quinta), seria uma enganação.

Joel Santana também fez questão de destacar que nem o episódio da discussão em Presidente Prudente no Brasileirão do ano passado – quando o atacante reclamou por ter sido substituído – e nem as palavras ditas no campo na última quinta-feira serão capazes de mudar sua relação com Loco Abreu. Segundo treinador, não existe qualquer tipo de hostilidade na relação e garantiu que o desentendimento não influenciará na importância do uruguaio para a equipe.

- Não posso tratar o Abreu como trato o Caio, o Lucas Zen ou o Guilherme. Os meninos eu boto no colo. Como vou dar algum conselho ao Abreu, que tem 34 anos e quatro filhos? Ele é a estrela do time e não quero ser mais do que ele. Sou apenas um ajudante. Houve uma divergência de pensamento, mas vamos nos ajustar. Além disso, como vou fazer algo que vai prejudicar a equipe? Na hora da decisão ele mostra sua importância.

O treinador lembra que, em 30 anos de carreira, trabalhou com jogadores de personalidade e citou Romário, com o qual lembrou ter muitas discussões. Que não abalaram a amizade entre ambos. Embora tenha admitido ser importante ouvir a opinião dos jogadores, Joel Santana mostrou confiar na tática aplicada ao time do Botafogo.

- Os resultados me favorecem. Esquema bom é o que ganha. Como criar um sistema tático em 15 dias? Deu certo no Carioca e no Brasileiro do ano passado. Não inventei nada e sigo fazendo o meu trabalho.