Capitão do Cabofriense, ex-Fla, marca duas vezes a favor do adversário. Glorioso faz 5 a 0 e chega à segunda vitória seguida no Carioca
Infelicidade, azar e decepção. Felicidade, sorte e comemoração. Se por um lado o volante Goeber viveu um dia desastroso, fez dois gols contra, o Botafogo não reclamou da ajudinha, aproveitou e venceu o Cabofriense por 5 a 0, em Macaé, neste domingo, pela segunda rodada da Taça Guanabara. Renato Cajá, Caio e Antônio Carlos marcaram os outros três. Com a vitória, o Glorioso chegou a seis pontos no Grupo B. O Cabofriense segue sem pontuar.
A vitória ajuda a apagar parte do incêndio criado durante a semana, já que Loco Abreu e o técnico Joel Santana chegaram a conversar mais sério após críticas do uruguaio à atuação do time na estreia contra o Duque de Caxias. Abreu, inclusive, voltou a atuar ao lado de Herrera desde o início de uma partida quase quatro meses depois.
Na próxima quarta-feira o Botafogo recebe o Madureira, no Engenhão, pela terceira rodada. Também na quarta, o Cabofriense vai até a Rua Bariri enfrentar o Olaria.
Goeber dá uma ajudinha ao Botafogo
O jogo começou truncado, sem muitas oportunidades. Os dois times não conseguiam criar jogadas. O ataque Mercosul formado pelo argentino Herrera e o uruguaio Loco Abreu até se movimentou na frente, fez algumas tabelas, mas nada que assustasse o goleiro Fábio.
Goeber lamenta o segundo gol contra na partida deste domingo (Foto: Rui Porto Filho / Agência Estado)
Loco Abreu, que chegou a criticar a atuação na estreia contra o Duque de Caxias, tentou, se mexeu, mas apenas um lance de cabeça aos 26 segundos assustou o adversário. O reencontro com Herrera, depois de quatro meses, ainda teve um passe na área, mas o argentino não conseguiu concluir.
Renato Cajá chegou a acertar a bola no travessão com toque de cabeça. Porém, o jogo seguiu morno. E, diante da inércia da partida, o volante e capitão do Cabofriense Goeber, que defendeu o Flamengo em 2006, decidiu dar emoção ao jogo. Azar é que foi justamente contra o seu time. Após dois cruzamentos, um de Lucas e outro de Cajá, aos 24 e 30 minutos, respectivamente, ele empurrou contra o patrimônio. No primeiro, mandou de cabeça.Depois, tentou afastar com o pé e fez mais um.
Os surpreendentes lances deixaram o time de Cabo Frio atordoado. Desorganizado, mas com vontade, até exerceu uma pressão. O problema é que sem chances claras. Bem postada, a defesa alvinegra se defendeu bem e contou ainda com os desarmes de Marcelo Mattos no meio de campo.
Caio entra, Goeber sai, e Botafogo goleia
Antônio Carlos comemora um dos gols do Botafogo
(Foto: Rui Porto Filho / Agência Estado)
(Foto: Rui Porto Filho / Agência Estado)
O personagem da partida, então, deixou o campo. Abalado, Goeber deu lugar a Diego Sales. Opção do técnico Luís Antônio Zaluar. Sem o personagem principal, a partida seguiu morna, como no início. O Botafogo apostava nas jogadas pelas alas. Lucas e Somália foram acionados, mas pouco efetivos.
O Cabofriense tentou, arriscou, tudo na base da vontade. A parte técnica deixou a desejar e apenas um lance incomodou. Porém, foi anulado. Após chute de Everton de fora da área, aos 14, Jefferson bateu roupa e deixou a bola no pé de Felipe. O atacante mandou pro fundo do gol, e o assistente marcou a irregularidade.
Joel Santana tentou dar mais movimentação. Herrera, sem atuar desde outubro do ano passado, com uma lesão no ombro, teve uma volta apagada – não jogou na estreia por estar suspenso. Caio entrou na sua vaga.
O atacante fez o que se esperava dele, caiu pelos dois lados do campo, se movimentou, e, aos 24, partiu em velocidade, entrou na área e tentou o toque por cima de Fábio, que saiu bem do gol para evitar o pior.
Tranquilo e sem ser ameaçado, o Botafogo segurou o ritmo e esperava apenas uma boa oportunidade para matar a partida. E ela veio. Aos 30 do segundo tempo, Renato Cajá tabelou com Caio, contou com a falha de Matheus Hansen e finalizou com precisão: 3 a 0. O curioso é que o zagueiro do Cabofriense herdou a “amaldiçoada” braçadeira do capitão Goeber.
Com a porteira aberta, ficou fácil para o Glorioso fazer saldo. Pela direita, Renato Cajá cruzou na medida para Loco Abreu, que apenas escorou para Caio, sozinho, marcar mais uma vez. Antônio Carlos, de cabeça, aos 42, finalizou o placar. Gritos de "Olé" e alegria da torcida alvinegra, agora líder do Grupo B da Taça Guanabara com saldo superior ao do Fluminense.
Fábio, Schneider, Alyson, Matheus Hansen e Everton; André Oliveira, Goeber (Diego Sales), Zotti e Rafael Ueta; Grafite (Felipe) e Allan Barreto (Capixaba). | Jefferson, João Filipe (Alecsander), Antônio Carlos e Márcio Rosário; Lucas, Marcelo Mattos, Renato Cajá, Bruno Tiago (Fahel) e Somália; Herrera (Caio) e Loco Abreu. |
Técnico: Luís Antônio Zaluar | Técnico: Joel Santana. |
Gols: Goeber, contra, aos 24 e aos 30 minutos do primeiro tempo. Renato Cajá, aos 30, Caio, aos 35, e Antônio Carlos aos 42 do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Alan Barreto, Felipe, Alyson (CAB); Somália, Márcio Rosário e Bruno Tiago (BOT). Cartão vermelho: Alyson (CAB). | |
Estádio: Cláudio Moacir Azevedo, Macaé (RJ). Data: 23/01/2011. Árbitro: Luís Antônio Silva Santos. Auxiliares: Francisco Pereira de Sousa e João Luiz Coelho de Albuquerque. |