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‘Exterminador de times grandes', Alexandro diz: ‘Vão ter que me aturar’

Após fazer o 'Créu' contra Fla e Flu em 2008, atacante dança diante do Vasco, mas alivia clube do coração: 'Não comemoraria contra Botafogo'

Por Mariana Kneipp Rio de Janeiro



Bola na rede em São Januário. Enquanto a torcida do Vasco lamentava o gol que levaria à derrota na estreia no Carioca, Alexandro comemorava. Como? Como sempre faz contra os times grandes do Rio de Janeiro: corrida para a lateral e... Créu. Assim como fez com o cruzmaltino nesta quarta-feira, o atacante do Resende já mostrou a dança em jogos contra Flamengo e Fluminense. Falta o Botafogo? Não, com o Alvinegro, a história é diferente.

- Posso dizer, sim, que sou um exterminador dos times grandes. Contra eles, vai ter sempre essa dança. Já virou minha marca registrada. Vão ter que me aturar. Mas contra o Botafogo, não. Aí, não dá. Tenho um respeito muito grande por ele. Não comemoraria. Nem com Créu, nem de jeito nenhum - afirmou o atacante.

A afirmação se explica. Alexandro é torcedor do Botafogo. E, apesar de já ter realizado o sonho de atuar pelo clube, em 2008, a história do amor pelo Alvinegro e da provocação com as outras equipes grandes do estado começou em 2007. Aos 20 anos, Alexandro estreou pelo Resende. Ainda na Série B do Carioca, o atacante não negava o entusiasmo com o time do coração, que lutava pelo título carioca naquele ano.
Decepcionado, porém, viu Bruno defender as cobranças de Lucio Flavio e Juninho na disputa de pênaltis na final e levar o Flamengo à conquista do título, o primeiro de três em cima do Botafogo. Ao lado do pai, ainda vivo, o alvinegro sonhou em um dia poder vingar aquela derrota.

Não foi preciso esperar muito. Um ano depois, lá estava ele em campo para marcar contra o Rubro-Negro na Taça Rio. Apesar de o time da Gávea ter virado o placar para 4 a 2, o jogador imprimiu sua marca na partida, dançando o "Créu" para a torcida adversária. Logo em seguida, no mesmo campeonato, o Fluminense foi o alvo, e duplo, com dois gols do atacante. Mas ainda faltava o Vasco. Dois anos depois, enfim, ele conseguiu. Alexandro virou o protagonista da vitória do Resende sobre o time cruzmaltino na estreia da Taça Guanabara e mostrou que a ginga continua a mesma.

Provocação aos rivais ou comemoração com a família?

Cartaz Alexsandro Resende 
Família de Alexandro exibe cartaz de apoio: "Alex
Gol" (Foto: Reprodução de imagem da TV)
A noite desta quarta-feira teve um sabor a mais para Alexandro. A família do atacante estava presente no estádio. Mesmo com a faixa “Alex Gol. Orgulho da família” sendo abaixada na arquibancada por um policial na hora do gol, o jogador sabia onde ela estava. Porém, nem mesmo o amor aos parentes fez com que sua dança perdesse a vez.

- Minha família sempre vem me apoiando. Não tenho mais os meus pais, mas vieram os primos e tudo mais. Poderia ter ido para eles, mas a torcida do Vasco estava me provocando desde o início do jogo. Para falar a verdade, nem sei o motivo disso. Eles não me conhecem. Então tive que mostrar para eles - contou.

E para quem pensa que time pequeno não vai longe no Carioca, Alexandro fez questão de refrescar a memória. Ele lembrou da Taça Guanabara de 2009, quando o Resende desbancou os favoritos e chegou à final, perdida para o Botafogo por 3 a 0.

- Estreamos com o pé direito neste ano. Bater um clube como o Vasco, que tem um potencial muito grande, é sempre bom. Nossa equipe é muito forte. O grupo está fechado. Quem pensa que a gente não vai chegar está enganado. Vamos surpreender.