Volante agradece apoio de Loco Abreu e Antônio Carlos em pior momento da ca deram a mão e falaram para levantar a cabeça'rreira em 13 anos: 'Eles me
Por Mariana Kneipp Rio de Janeiro
Já virou rotina na casa da família Maia. Se é dia de jogo do Cabofriense, Cauã está sentado em frente à televisão, esperando para ver o pai jogar. Assim que Goéber entra em campo, o menino de cinco anos faz festa. Quando o volante marca um gol, então, a felicidade é maior ainda. Neste domingo, porém, Cauã não entendeu por que era o único comemorando. Não percebeu que a rede estufada pelo pai era a do time dele. Depois de deixar o gramado do Engenhão com dois gols contra na vitória do Botafogo por 5 a 0, pela segunda rodada do Campeonato Carioca, Goéber ainda teve de encarar a entrevista mais temida da noite: a do próprio filho.
- Quando acabou o jogo, eu falei com o meu filho e ele me disse: "Papai, eu vi você na televisão. Você marcou dois gols!". Tive que explicar para ele que não era uma coisa boa. Não sei se ele entendeu direito. Foi um fato curioso diante disso tudo - contou o volante.
Goéber, que teve uma passagem pelo Flamengo, em 2006, após ter sido destaque do Guarani no Paulistão, tenta ver o lado positivo do dia que prefere esquecer. O volante lembra que foi consolado pelo técnico do Cabofriense, Luís Antônio Zaluar, e até mesmo por jogadores do Botafogo.
Quando acabou o jogo, eu falei com o meu filho e ele me disse: 'Papai, eu vi você na televisão. Você marcou dois gols!'.
Tive que explicar para ele
que não era uma coisa boa"
Goeber
- Eu estava muito arrasado, mas achei legal quando eles vieram falar comigo. Meu técnico disse que isso não poderia abalar minha carreira. Em13 anos de sucesso, esse foi o pior momento. Já o Antônio Carlos e o Loco Abreu, exatamente na hora do segundo gol, me deram a mão, falaram para eu levantar a cabeça, que tinha muito jogo pela frente. Eu estava nervoso na hora, mas entendi exatamente o que eles falaram - disse Goéber, acrescentando que está tentando um contato com os jogadores para agradecer pelo apoio.
Já mais consciente de que o domingo foi apenas "um dia que já terminou", o volante busca seguir o conselho dos adversários e ir em frente.
- Um dia, alguém tem que errar. Infelizmente, fui o sorteado da vez. Estava no lugar errado, na hora errada. Agora, acabou. É sacudir a poeira e dar a volta por cima - concluiu.
Zagueiro com história parecida dá conselho a Goeber
Goéber não foi o único a passar por dias ruins no futebol brasileiro. E não faz muito tempo. Em setembro de 2010, o zagueiro do Santa Cruz Leandro Cardoso também marcou dois gols contra na partida da Série D do Brasileirão contra o Guarany de Sobral. Porém, teve mais sorte do que o volante do Cabofriense. Seu time virou o jogo e venceu por 4 a 3. Hoje, o jogador consegue até mesmo brincar com a situação e faz questão de dar seu conselho a quem passou por isso também.
- Sou especialista (risos). Fiz dois gols contra em frente a 70 mil pessoas no Arruda. Mas a gente não recebe um fardo maior do que pode suportar. Acredito muito nisso. No momento, fica triste, claro. Só que precisa ter consciência de que a cabeça tem que ficar erguida, com tranquilidade. Não vai ser a última vez que isso vai acontecer. Quer dizer, espero que seja, sim - divertiu-se.
