Após virada sobre o Duque, atacante sai de campo com a língua afiada em entrevista. Técnico reage: 'Quando a faca desce, o primeiro pescoço é meu'
Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
A vitória no sufoco deu alívio ao Botafogo, mas também criou um clima de tensão. Após os 2 a 1 de virada sobre o Duque de Caxias, neste domingo, Loco Abreu não escondeu sua insatisfação com o desempenho da equipe. E o uruguaio foi além, se queixando de uma postura, segundo ele, extremamente defensiva do Alvinegro.
- Gostei da virada, mas precisamos dar um jeito. Não dá para continuar jogando assim, não. Desde o ano passado que estamos jogando assim, só marcando, marcando... Todo time que nos enfrenta tem melhor toque de bola, enquanto nós vamos na correria atrás da bola. Este ano não tem surpresa, todo mundo sabe como joga o Botafogo. Temos de encontrar uma solução para jogar melhor e não passar sufoco. Com todo o respeito, mas se fosse um time mais qualificado, não dava para virar, não – disse Abreu ao PFC, ainda no gramado do Engenhão.
Questionado sobre a reclamação de Loco Abreu, Joel Santana fechou a cara. Apesar de ter feito o máximo para evitar uma polêmica, deixou claro que será preciso respeitar a hierarquia e, portanto, cumprir a sua determinação tática.
O Loco Abreu falou à beça hoje, né? Mas qualquer pessoa que tiver uma discordância, precisa falar comigo"
Joel Santana
- O Loco Abreu falou à beça hoje, né? Mas qualquer pessoa que tiver uma discordância, precisa falar comigo. Aqui no Botafogo é assim, olho no olho. A diretoria manda, o técnico escala e o jogador joga. Quando a faca desce, o primeiro pescoço é o meu.
Joel Santana ainda evocou o retrospecto em sua terceira passagem pelo Botafogo para comprovar o que, segundo ele, é a eficiência de sua estratégia.
- Respeito a palavra do atleta, mas eu jogo da maneira que é melhor para o Botafogo. Desde que cheguei aqui, se for feito um somatório das vitórias, empates e derrotas, vai dar 68 ou 70% de aproveitamento. Cada um joga com as armas que tem. Minhas armas são essas, e vamos jogar do jeito que eu acho até quando eu sentir que a produtividade da equipe não vem dando resultado – ressaltou.
O treinador completou nesta quinta-feira seu jogo de número 62 pelo Botafogo, desde que voltou ao clube, em janeiro do ano passado. Foram 32 vitórias, 20 empates e 10 derrotas, que representam 62,3% de aproveitamento.