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Supersticioso, Botafogo-DF veste camisa branca para se classificar a quadrangular

As quatro vitórias do clube no Candango foram conquistadas com uniforme reserva. Sérgio Manoel se emociona ao falar de seu amor pelo Alvinegro

Guilherme Maniaudet
Rio de Janeiro

As semelhanças entre o Botafogo-DF e o original carioca vão além de nome, cores e um ídolo em comum. A superstição, sempre presente nas manias, mandingas e correntes alvinegras, vai estar em campo na última rodada da primeira fase do Campeonato Brasiliense. As quatro vitórias conquistadas pelo Alvinegro na competição aconteceram quando os jogadores vestiram o uniforme reserva, nas cores brancas. E este é o resultado que o clube precisa para avançar de fase na competição. Como bom botafoguense, o presidente Walter Teodoro já decretou: a equipe entra em campo neste domingo, diante do Dom Pedro, vestindo o branco.

Túlio Maravilha em ação pelo Botafogo-DF. Atacante apoia que o time vista o branco nesta rodada

- As quatro vitórias que tivemos foram de camisa branca. Como todo bom botafoguense é supersticioso, vamos usá-la novamente – disse o presidente.

Com as presenças de Túlio, Sérgio Manoel, Zé Carlos, entre outros, era esperado que o Botafogo conseguisse uma classificação mais fácil para o quadrangular entre os melhores colocados da primeira fase. Nesta última rodada, além de ter que vencer o Dom Pedro, o Alvinegro tem que torcer por pelo menos um empate de Gama ou Ceilândia, contra Atlético Ceilandense e Brasília, respectivamente. Todos as partidas começam às 16h (de Brasília).

Para se classificar à Série D do Brasileirão, o clube precisa ficar entre os três primeiros do Estadual, e, para a Copa do Brasil do ano que vem, precisa ser finalista do Candango. Mesmo se nenhuma das duas alternativas acontecer, a política do clube não vai mudar. Walter Teodoro afirma que o Botafogo-DF vai continuar buscando ídolos do Alvinegro. No início do ano, houve uma tentativa de acerto com Dodô, mas o artilheiro dos gols bonitos acabou indo para o Vasco. Para o ano que vem, Walter Teodoro tem a ideia de trazer o zagueiro Juninho, que atualmente está no futebol da Coréia do Sul.

A emoção do botafoguense Sérgio Manoel


   Sérgio Manoel em disputa de bola. Meia se emociona ao falar de seu amor pelo Botafogo

Uma das figuras-chave do Botafogo campeão brasileiro de 1995 foi o meia Sérgio Manoel. Torcedor do clube assumido, ele diz que, quando veste a camisa do Alvinegro do Distrito Federal, não existe diferença para o carioca. Na 12ª rodada, quando o time perdeu de 1 a 0 para o Luziânia e viu a classificação para o quadrangular mais distante, Sérgio Manoel deixou o campo chorando.

- A minha maior riqueza é o meu nome e depois o Botafogo. É o time que eu amo. E quando eu vi um trabalho sério, com pessoas dedicadas, sem passar ninguém pra trás, e as vitórias não vinham, eu me emocionei. E quando eu vi o meu filho em campo, o Matheus, eu não aguentei a emoção. Ainda mais pra nós, que estamos envolvidos no trabalho. Vemos garotos talentosos, com chance de jogar no Botafogo do Rio. E eu sou torcedor, quando eu entro em campo é a mesma vontade de sempre – afirmou o meia.

Apesar de saber que o Bota não depende só dele neste domingo, o meia nem pensa em outro desfecho que não seja a classificação. E não é só o quadrangular que Sérgio Manoel mira. Para ele, a ideia do grupo é ser o campeão candango de 2010.

- Não estamos nem pensando nessa possibilidade de não passar. O time embalou agora. Se o resultado não for suficiente... melhor nem pensar, não consigo cogitar essa possibilidade. O dia a dia no clube é muito bom. A gente chegou aqui para ser campeão. A ideia é chegar à Série D e beliscar uma vaguinha na Copa do Brasil – completou.

Experiência e eficiência no ataque

Quando um não marca, quem balança a rede é o outro. É assim que funciona a dupla de ataque do Bota, formada por Túlio Maravilha e Zé Carlos, o Zé do Gol. O gol 900 de Túlio só saiu na quinta rodada, no empate em 2 a 2 com o Luziânia. Enquanto isso quem foi se aproveitando da situação e balançando a rede foi Zé Carlos, que é o artilheiro do campeonato, com seis gols.

- Eu estou com 34 anos, mas o motor é 2.7 (risos). Pra ser o artilheiro do Candango não é mole não. Na sombra, a temperatura é de 40º e eu nunca vi uma galera correr tanto. Tenho certeza de que vamos passar de fase e vamos ser campeões candangos. Estou muito feliz de estar jogando ao lado do Sérgio Manoel e do Túlio. Fomos campeões brasileiros, do Rio São Paulo e Teresa Herrera. E dá gosto de ver o Sérgio jogando, ele parece um menino – contou Zé Carlos, que é dúvida para o jogo contra o Dom Pedro. Se ele não jogar, quem entra em campo é Daniel.

Confira a matéria especial sobre a torcida T-1000

Com 903 gols, Túlio promete diminuir a diferença para o número 1000 neste domingo. O atacante ainda se mostrou totalmente a favor da superstição. Para ele, o time tem que entrar mesmo é com a camisa branca, e depois buscar o título candango com as mesmas cores.

- Claro que eu vou fazer gol. Na reta final, na hora da decisão que o goleador aparece. Vai ser 1 a 0 suado, e vamos conseguir essa classificação. Botafoguense é assim mesmo, supersticioso. Os jogos que ganhamos foram só de camisa branca. Essa camisa que vai trazer sorte na reta final, e com ela seremos campeões.

O Botafogo-DF, treinado por Reinaldo Gueldini, deve entrar em campo com: Donizeti, Thompson, Adriano, Lucas Souza, Possato; Leis, Carlos Alberto (Elvis), Glauber, Sérgio Manoel; Daniel (Zé Carlos) e Túlio.

               Como sempre, Túlio Maravilha promete pelo menos um gol contra o Dom Pedro