Jogadores destacam fatores responsáveis pela metamorfose do Botafogo, mesmo com poucas mudanças em campo, após início ruim na temporada
Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro
Loco Abreu, Marcelo Cordeiro e Caio comemoram um dos gols do Botafogo. Total sintonia no grupo
São apenas três as diferenças na escalação da equipe que perdeu por 6 a 0 para o Vasco, no dia 24 de janeiro, em relação àquela que na última segunda-feira conquistou, com uma rodada de antecipação, a vaga na semifinal da Taça Rio. Isso após o título da Taça Guanabara e uma campanha sem sobressaltos no segundo turno, com o primeiro lugar do Grupo B já assegurado. Danny Morais entrou na zaga, e Sandro Silva, no meio-campo. Na lateral direita, um "rodízio": Alessandro ficou fora por problemas particulares, foi substituído por Jancarlos, que, lesionado, deu lugar a um improvisado Somália. Assim, o que tanto mudou para que o panorama tenha se tornado tão favorável?
Os jogadores têm explicações na ponta da língua. Loco Abreu, que estreou pelo Botafogo naquela fatídica goleada, aponta motivos que vão além da troca de treinador - Estevam Soares caiu um dia depois, e Joel Santana assumiu o comando - e de peças na equipe titular. O uruguaio enumerou alguns fatores que considera importantes para que o grupo tenha evoluído de maneira tão evidente a ponto de passar de motivo de chacota a um dos favoritos ao título do Campeonato Carioca.
- Acima de tudo, nosso grupo teve autocrítica e amor próprio. Nós mesmos tivemos vergonha do que havia acontecido e sabíamos que a situação precisava mudar. Cada um de nós tem consciência do que pode fazer de melhor, e aproveitamos as possibilidades. Também fechamos o time em campo, deixando poucos espaços para os rivais, e passamos a não desperdiçar tantas chances na frente - observou.
Marcelo Cordeiro, que participou de 18 das 19 partidas do Botafogo na temporada, destacou o crescimento da equipe não apenas dentro, mas fora de campo. Para o lateral, o crescimento do senso de conjunto no dia a dia merece ser lembrado como fator fundamental para a evolução nas partidas.
- Hoje, quase toda a torcida sabe escalar o time do Botafogo, sabe a função de cada um dentro de campo. O grupo está bem, e o ambiente é bom. Não se consegue nada sem entrosamento, conhecimento e trabalho. E nosso time melhorou em todos os aspectos desde aquele momento - disse.
O jogador sabe, entretanto, que ainda falta o capítulo final dessa história de superação. Marcelo Cordeiro lembra que o Botafogo precisa selar seu bom momento com a conquista que a torcida tanto espera.
- Queremos ficar marcados de forma positiva, como um grupo que deu a volta por cima e conquistou um título - frisou.