Célia Costa
RIO - A mãe do traficante Mica, Marlene Pereira de Souza, prestou depoimento na tarde desta quarta-feira, durante quase uma hora, na 22ª DP (Penha). Na saída, ela não quis falar com a imprensa, mas seu advogado, Henrique Machado, disse que sua cliente não sabia da existência da moto que foi comprada pelo jogador Adriano e estava no nome dela. Marlene teria dito à polícia que só tomou conhecimento do caso através dos jornais. Segundo o advogado, a mãe do traficante é analfabeta e nunca assinou qualquer documento de compra e venda de moto. Ele acredita que foi usada uma cópia da identidade de Marlene para a transação.
Ainda segundo o advogado, Marlene relatou que o seu filho, o traficante Mica (apontado pela polícia como o chefe do tráfico da Favela da Chatuba, no Complexo do Alemão), e o atacante do Flamengo são amigos desde da infância e chegaram a estudar juntos, mas ela não sabe dizer como é a relação deles hoje.
Marlene foi ouvida pelo delegado Jáder Amaral para explicar o motivo de uma moto comprada pelo jogador Adriano estar em seu nome. A polícia ainda deve ouvir nesta quarta-feira o amigo de Adriano que intermediou a compra da moto e o dono da concessionária.
O jogador Adriano também terá que prestar depoimento para esclarecer à polícia as circunstâncias da compra de uma moto que teria sido dada de presente à Marlene. Nesta terça, estava previsto o depoimento de Marlene na 22ª DP (Penha), onde o caso está sendo investigado, mas ela não apareceu. O delegado Jáder Amaral, responsável pelas investigações, intimou novamente a mãe do traficante, que acabou depondo esta quarta.
Quanto ao depoimento de Adriano, Jáder Amaral esclareceu que o fato de o atacante do Flamengo ter dado o presente não é crime. No entanto, a polícia quer esclarecer se a moto foi usado por traficantes.