Site Oficial do Botafogo
O Botafogo de Futebol e Regatas está de luto. Morreu nesta segunda-feira, aos 83 anos, Armando Nogueira. Cronista esportivo, autor de dez livros, todos sobre esporte, esse acreano de Xapuri, que chegou ao Rio com 17 anos, jamais escondeu sua paixão pelo Glorioso. E, como fervoroso e ilustre torcedor do Botafogo, tanto como colunista e escritor, eternizou frases que usou para expressar sua admiração por craques como Didi, Garrincha, Pelé, entre outros. Sobre Garrincha, definiu o eterno ídolo alvinegro como “o anjo de pernas tortas”. Didi alavancava tanta admiração que Armando dizia que seus passes eram tão traiçoeiros como “o olhar oblíquo de Capitu”. De Pelé, uma frase simples: “se Pelé não tivesse nascido rei, teria nascido bola”.
Pioneiro do telejornalismo, Armando Nogueira foi criador do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. Nascido no dia 14 de janeiro de 1927, Armando cursou a faculdade de direito, mas sempre quis trabalhar com o jornalismo, vocação que seu filho, o também botafoguense Armando Augusto, o Manduca, herdou. Diretor de Central Globo de Jornalismo, Armando Nogueira trabalhou por 25 anos na Rede Globo, onde iniciou o processo de unificação do Brasil através da notícia, com a cobertura local de todos os fatos importantes. O seu último trabalho na Televisão foi no canal fechado Sportv onde comandou o programa Papo com Armando.
A partir da Copa do Mundo de 1954, esteve presente na cobertura de todos os Mundiais. Apaixonado pelas asas da velocidade, era praticante de vôos de ultra-leve. Desde de 2007, Armando lutava contra o câncer. Em 2009, um de seus momentos de maior satisfação e emoção aconteceu ao participar da inauguração da sala de imprensa do Centro de Treinamentos de General Severiano, que leva seu nome, Armando Nogueira/Tempo Real.
A diretoria do Botafogo decretou luto por três dias e o time enfrentará o Boavista esta noite, em São Januário, com uma tarja preta na camisa, em homenagem póstuma ao ilustre mestre do jornalismo. Armando Nogueira será enterrado nesta terça-feira, ao meio-dia, no cemitério São João Batista, em Botafogo.
Márcio Tavares