Apesar de ainda encontrar dificuldades financeiras, após encontrar o clube à beira do caos, diretoria vê recompensa por priorizar pagamento em dia
Remanescente do Alvinegro de 2008, Leandro Guerreiro ergue a troféu de campeão da Taça GB
Ao fim da decepcionante temporada de 2008, houve o consenso de que o Botafogo não atingiu objetivos maiores muito por causa do atraso de salários que abalou o grupo no segundo semestre.
O ano passado terminou com seis pagamentos devidos aos jogadores que ficaram, e existiu a certeza de que isso afetou diretamente o desempenho da equipe dentro de campo. Por isso, a principal meta da nova diretoria, que assumiu em janeiro de 2009, foi pagar em dia.
O resultado disso não demorou a aparecer, e o Alvinegro levantou a Taça Guanabara. No espaço de um mês, foram quitados quase todos os salários devidos de 2008 (falta apenas o 13º, segundo os dirigentes).
Para poder manter os vencimentos em dia, a diretoria reduziu em cerca de 30% o orçamento do futebol e em 50% a folha salarial (que caiu de aproximadamente R$ 2,2 milhões para pouco mais de R$ 1 milhão). Mas as dificuldades financeiras permanecem. Os recursos vêm de negociações de cotas de televisão, do contrato de patrocínio e, quando necessário, empréstimo de empresários botafoguenses ilustres.
Os jogadores também já foram avisados que os salários relativos a fevereiro serão depositados até o próximo dia 10. Mas antes de tudo isso, somente o que valia era a palavra de Maurício Assumpção, presidente que pouco conhecia sobre a administração do clube e não tinha muito contato com os jogadores.
- Na reapresentação do elenco, disse aos jogadores: “Vocês nunca ouviram falar de mim, mas mantenham a confiança no trabalho do André Silva e do Manoel Renha.” Mostrei ao elenco que a vida deles seria acertada em breve. O trabalho não pode ser sério se você diz que vai pagar e não paga. Foi estabelecido um teto salarial, e essa realidade foi posta em prática desde o início. Lógico que o reflexo aparece em campo, pois para qualquer funcionário é fundamental trabalhar sem problemas financeiros - observou o presidente.
- Na reapresentação do elenco, disse aos jogadores: “Vocês nunca ouviram falar de mim, mas mantenham a confiança no trabalho do André Silva e do Manoel Renha.” Mostrei ao elenco que a vida deles seria acertada em breve. O trabalho não pode ser sério se você diz que vai pagar e não paga. Foi estabelecido um teto salarial, e essa realidade foi posta em prática desde o início. Lógico que o reflexo aparece em campo, pois para qualquer funcionário é fundamental trabalhar sem problemas financeiros - observou o presidente.
O vice de futebol André Silva lembra o clima de constrangimento que tomou conta de todos no reinício do trabalho, em janeiro deste ano. - Eu chegava à frente dos jogadores e ficava envergonhado. O atraso de salários é uma coisa que me angustia muito e, por isso, o pagamento em dia é comemorado como um título, diante de tantas dificuldades que ainda temos. E a conquista da Taça Guanabara não veio sem antes haver mais um estímulo. Os jogadores receberam uma premiação após a semifinal e outro pagamento foi prometido para depois da vitória sobre o Resende.
O Botafogo tem garantido os salários em dia até a metade de 2009. A partir de então, o clube começará a negociar patrocínios e espera contar com receitas do Engenhão.
Existe um projeto do estádio para 2009, mais imediatista, mas o Alvinegro vê o ano de 2010 como fundamental para explorar de forma efetiva o potencial comercial do Engenhão, que se tornará o principal estádio do Rio de Janeiro durante a reforma do Maracanã, visando à Copa do Mundo de 2014.
Para a contratação de jogadores, o Botafogo tem na manga um fundo de investimento que terá o valor inicial de R$ 10 milhões, administrado por um gestor profissional. O aporte atual é de R$ 5 milhões, e a ideia é que o fundo seja inaugurado já no mês de março.