Total de visualizações de página

Após terminar 2008 com time às moscas, Fogão celebra título com elenco simples



Diretoria enfrentou dificuldades para convencer atletas e empresários a acreditarem no novo projeto alvinegro, e time já venceu a primeira batalha


Gustavo Rotstein Rio de Janeiro


Leandro Menezes/GLOBOESPORTE.COM
Apresentação de Reinaldo deu crédito à diretoria para contratar outros jogadores


Quem olha o Botafogo que conquistou a Taça Guanabara não imagina que, há menos de três meses, o técnico Ney Franco não tinha uma equipe titular para colocar em campo.


O Alvinegro terminou 2008 com um elenco formado por 12 jogadores, sendo que três goleiros. E a diretoria que assumiu de fato no início de 2009 precisou enfrentar, além das dificuldades financeiras, muita desconfiança de atletas e empresários para conseguir contratar.


Como o Botafogo chegou ao fim de 2008 devendo seis pagamentos de salário aos jogadores, e o descrédito era grande. Por isso, o vice de futebol André Silva admite que foi difícil, inicialmente, negociar com os jogadores que interessavam à comissão técnica.


- Era público e notório que o Botafogo teve problemas para pagar salários. Por isso, alguns jogadores se mostraram temerosos em aceitar as nossas propostas, já que havia o medo de não receberem em dia. Mas a tarefa da diretoria foi mostrar a atletas e empresários que respeitaríamos o orçamento estabelecido. Também pude me valer da boa relação com os jogadores que permaneceram para mostrar a seriedade do nosso trabalho - explicou.


Até mesmo quem tinha todos os motivos para estar otimista se surpreendeu negativamente.


O técnico Ney Franco admite que iniciou suas férias, em dezembro, apreensivo pela falta de novidades no elenco. André Silva também não escondeu o sentimento de angústia por inicialmente não ter sucesso na busca pelas contratações.


- O quadro era desolador. Via apenas jogadores saindo e não conseguia renovar nenhum contrato. Mas já na pré-temporada o meu sentimento mudou. Nós da direção, comissão técnica e jogadores nos reunimos num hotel em Niterói para conversar sobre tudo o que estava pendente. Naquele momento senti que estávamos trabalhando da forma correta - afirmou o vice de futebol.

Depois de preocupação inicial, Reinaldo acreditou no projeto alvinegro


Todos concordam que o trabalho começou a andar a partir da contratação de Reinaldo, no fim de 2008. O primeiro contato com o atacante partiu de Maurício Assumpção, naquela época presidente eleito, mas ainda não empossado. Desde o momento em que foi anunciado, o atacante passou a receber ligações de outros jogadores interessados em defender o Botafogo, segundo relatam alguns membros da diretoria.


Mas mesmo para contratar Reinaldo a diretoria não encontrou facilidades. O atacante admite que, pelo que vinha acompanhando do Botafogo enquanto defendia o JEF United, do Japão, teve inicialmente uma desconfiança, que deixou bem clara quando conversou com Maurício Assumpção. A partir disso, passou a valer mais o compromisso de palavra.


- Quando conversei com o presidente, deixei claro que tinha interesse em defender o Botafogo, pois tenho a cara do futebol do Rio de Janeiro e queria voltar para casa. Mas avisei que, se fosse apenas para tomar pancada, ficaria difícil, pois tinha propostas melhores. Mas tanto o Maurício quanto o Ney Franco me disseram que montariam um grupo que disputaria títulos, e então cumpri minha palavra. Logo que os treinos começaram, tive a certeza de que havia tomado a melhor decisão - disse o atacante.


Depois de Reinaldo, o Botafogo anunciou as contratações do volante Fahel, do meia Maicosuel e do trio formado por Teco, Léo Silva e Wellington (jogadores oriundos do Cruzeiro). Em seguida, acertou o retorno do ídolo Juninho e apostou no atacante Victor Simões. Para o elenco de apoio, chegaram o volante Batista, o meia Jean Carioca e o atacante Diego. Um grupo sem astros, mas que na Taça Guanabara mostrou os tempos de incerteza terminaram.