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Diretor: Loco não ficou porque tinha objetivos pessoais acima do Bota

Sidnei Loureiro conta que atacante queria garantias de ser titular e se baseia em números para dizer que o setor ofensivo melhorou sem ele

 

Por Fred Huber Rio de Janeiro

Guido Nunes, do SporTV, entrevista atacante Loco Abreu (Foto: Fábio Grijó/SporTV) 
Loco Abreu durante entrevista ao SporTV no
Uruguai (Foto: Fábio Grijó/SporTV)
 
 
Depois de o vice de futebol afirmar que Loco Abreu não ficou no Botafogo por uma questão técnica e que Oswaldo de Oliveira teve pouca interferência, neste sábado foi a vez do diretor Sidnei Loureiro dar mais detalhes sobre a decisão da diretoria de não incorporar o atacante. Ele disse que, por causa da meta pessoal de jogar a Copa do Mundo, Loco queria garantia de que seria titular.

Sidnei Loureiro lembrou que desde a época que o técnico era Joel Santana que o uruguaio criava confusão quando não era escalado da maneira e na quantidade que desejava.

- Temos o maior respeito pelo Loco, mas, na nossa filosofia de trabalho, o grupo está acima das individualidades. No futebol, assim que se consegue sucesso. O Loco nunca gostou de ser reserva, isso desde a época que o técnico era o Joel Santana. Ele deixou claro que tem um projeto pessoal que está acima do Botafogo. Quer jogar a Copa do Mundo, e, caso ficasse no banco, complicaria nas suas convocações. Ele nos disse que não queria ficar assim. O principal motivo para a não permanência dele foi não se encaixar no perfil que queremos. Não divulgamos isso antes, mas chegou o momento de falar.

O Loco nunca gostou de ser reserva, isso desde a época que o técnico era o Joel Santana. Ele deixou claro que tem um projeto pessoal que está acima do Botafogo."
Sidnei Loureiro, diretor técnico
 
O diretor técnico disse que neste ano, por causa do calendário ainda mais apertado do que o normal por causa da Copa das Confederações, o clube vem criando a mentalidade nos atletas que será necessário um rodízio no time, algo que seria difícil para os planos de Loco Abreu. Contra o Bangu, por exemplo, Antônio Carlos e Márcio Azevedo não foram escalados para se prepararem melhor para o clássico com o Fluminense, neste domingo.

- Quando montamos nosso elenco, analisamos estatísticas. No ano passado, a média foi de um jogo a cada 5,5 dias. Em 2013, por causa da Copa das Confederações, a média vai para uma partida a cada três dias. Por isso definimos que teremos três jogadores por posição, sendo um deles um jovem. Já na pré-temporada fizemos uma apresentação para os jogadores e explicamos a importância do rodízio, que já aconteceu na segunda rodada.

Os números também ajudaram na decisão do Botafogo de não ter Loco em 2013. Sidnei Loureiro fez o levantamento e viu que, apesar de o atacante ter sido o artilheiro da equipe em 2010 e 2011, o total de gols aumentou sem ele, em 2012. Ele acredita que a receita para o sucesso nesta temporada é um maior equilíbrio, por isso que o elenco foi reforçado em outras posições.

- Em 2010, marcamos 105 e ele fez 24. Em 2011, fizemos 101 e ele foi responsável por 26. Em 2012, marcamos 113 gols e o Elkeson foi nosso goleador com 18. Nosso ataque foi o foi quarto melhor do Brasileiro de 2010 (54 gols), o nono de 2011 (52 gols) e o terceiro melhor de 2012 (60 gols). No coletivo, sem ele, fizemos mais gols, um a menos do que o campeão Fluminense. O problema não era o ataque. Neste ano estamos reforçando para tentar equilibrar. Se mantivermos essa média de gols e equilibrarmos, podemos conseguir os objetivos que desejamos.
A sensação da diretoria de que era necessário tentar explicar a ausência de Loco Abreu aumentou depois da entrevista que o jogador deu ao SporTV dizendo que Oswaldo de Oliveira tinha sido o principal responsável por sua saída do clube. No empate em 0 a 0 com o Bangu, a torcida gritou no nome do uruguaio e hostilizou o treinador. A intenção agora é que este assunto seja uma página virada.