Clubes precisam melhorar marketing para arrecadar mais, diz economista
Elena Landau destaca que, no Brasil, a publicidade no futebol é limitada. Para comentarista Dani Monti, estádios precisam ser mais utilizados
No ano passado, clubes europeus foram os 30 primeiros em arrecadação no
futebol mundial. O primeiro clube fora da Europa na lista, o Corinthians,
ocupava apenas a 31ª posição no ranking divulgado na semana passada
pela consultoria Deloitte. Para a economista Elena Landau, convidada do "Redação SporTV",
os clubes brasileiros precisam melhorar principalmente no marketing
esportivo para alcançar o máximo de seu potencial financeiro.
- O equilíbrio de receitas é fundamental. Os clubes brasileiros
melhoraram em sua capacidade de patrocínio. Os valores dos direitos de
transmissão para a televisão também aumentaram. Mas ainda falta um pouco
mais de marketing esportivo. O Brasil ainda está muito atrasado nisso.
As agências de publicidade, em geral, não perceberam que o futebol é um
veículo muito maior que um patrocínio de manga de camisa - afirmou a
economista.
O comentarista Dani Monti destacou que, no Brasil, os estádios
apresentam um público muito abaixo da média de Alemanha e Inglaterra. No
ano passado, no Campeonato Brasileiro da Série A, a média de ocupação dos estádios foi de apenas 42%. Além disso, os estádios tem um potencial de geração de recursos ainda pouco explorado.
- Na Alemanha, principalmente depois da Copa de 2006, o estádio é
próprio do clube e é multifuncional. O torcedor pode visitar o estádio
todos os dias, para almoçar, visitar lojas e o museu do clube. Na
Alemanha, a taxa de lotação dos estádios é de 87% em dias de jogos. O
estádio é agradável e as pessoas gostam de frequentar.
Gráficos mostram que os direitos de TV tem um peso maior na arrecadação no Brasil (Foto: Arte/SporTV)
Elena Landau acredita ainda que a lei brasileira proibindo a venda de
bebidas alcoólicas dentro dos estádios atrapalha a arrecadação dos
clubes, por não permitir a abertura de todos os tipos de restaurantes
dentro dos estádios.
- Perdemos a oportunidade de discutir a proibição da venda de bebida
alcoólica nos estádios. Por que todo mundo só entra na hora do jogo?
Porque a hipocrisia da lei deixa beber do lado de fora do estádio, mas
não dentro. A violência não aumentou nem diminuiu por causa disso. As
brigas continuam acontecendo fora dos estádios. Até no camarote da
empresa, se você quiser fechar um negócio, não pode oferecer um vinho.
Não se pode abrir uma churrascaria dentro do estádio, um bar temático,
uma praça de alimentação completa.
A economista afirmou também que, com a abertura do seu estádio, a renda do Corinthians tende a aumentar.
- O estádio em Itaquera será muito bom, a torcida é muito fiel e muito
grande. Mas meu maior otimismo é com o patrocínio. Temos que superar o
problema do poder de compra do brasileiro. Uma camisa oficial custa R$
200 e as vendas têm uma limitação. Nem todo mundo pode comprar.