Volante não segura as lágrimas na despedida de General Severiano e enaltece carinho pelo clube
A felicidade de uma transferência financeiramente compensadora ficou de lado. No momento de se despedir do Botafogo após quatro anos, a emoção falou mais alto para Leandro Guerreiro. Antes de assinar com o Cruzeiro, o volante falou sobre sua passagem por General Severiano e não conteve as lágrimas, também compartilhadas pela filha Manuela, de 7 anos.
- Eu queria que ele ficasse no Botafogo, porque foi onde o papai jogou mais tempo. Mas eu vou ser botafoguense para sempre. Para sempre mesmo - disse ela, chorando.
Guerreiro chora com Manuela, "botafoguense para sempre" (Foto: Gustavo Rotstein / GLOBOESPORTE.COM)
Leandro Guerreiro disse que a afinidade com o técnico Cuca, que o levou para o Botafogo em 2007, somada à proposta financeira e à oportunidade de disputar sua primeira Libertadores foram os fatores que mais pesaram no momento de acertar sua transferência. No entanto, garantiu que o Alvinegro seguirá no seu pensamento.
- O Botafogo ganha mais um torcedor. Nunca escondi de ninguém que hoje sou Botafogo. Conquistei muitas coisas aqui e vou levar para sempre esse carinho, esse aconchego desse clube que sempre me apoiou.
Saída
Pensei que essa hora não chegaria (começa a chorar). Minha identificação com o clube é muito grande, mas minha família depende de mim.
Cruzeiro
Sou profissional, e o lado financeiro pesou mais nessa hora. Se não fosse bom para o Botafogo, não sairia. Seria injusto da minha parte fazer isso com o clube. Foi o Cuca quem me descobriu e tenho grande carinho e respeito por ele. Isso também pesou. Além disso, o Cruzeiro é um clube grande, que disputará a Libertadores e quem tem uma torcida tão grande quanto a do Botafogo. É um novo desafio, e não poderia perder a oportunidade. Ainda posso crescer um pouco na minha carreira, e espero chegar lá dando o sangue, assim como sempre fiz aqui. Não tenho a vida feita. Se tivesse, não sairia. Ainda preciso correr muito atrás para dar sustento à minha família.
Lembranças do Botafogo
O que mais vou sentir falta é da amizade. Conheço desde a tia que arruma os quartos, passando pelo rapaz que nos serve nas refeições até o presidente (começa a chorar). O carinho dessas pessoas vai fazer falta. O momento mais marcante foi o título estadual do ano passado. Saíamos de uma derrota feia num clássico e quando ninguém acreditava, ganhamos o título antecipadamente. Entramos para a história.
Despedida dos companheiros
Foi complicado. Fui comunicado ontem à noite que a negociação estava finalizada, mas fiz questão de jantar com os atletas. Quando fui no quarto pegar minha roupa, os jogadores entraram no meu quarto e balançaram as camisetas cantando meu nome (chora muito). Foi dolorido... Ali senti que minha passagem pelo Botafogo valeu a pena.
Vaias da torcida do Botafogo no jogo contra o Internacional
Foi um jogo atípico, no qual entrei em campo no sacrifício, com o pé infiltrado, para ajudar a equipe. Se fosse pelas minhas forças, não jogava. Talvez o errado tenha sido eu por me sacrificar. Mas não me arrependo de nada. O importante é estar bem comigo e com a minha família. Sempre fiz o melhor para ajudar. Dei meu máximo pelo Botafogo, embora saiba que tenha prejudicado a equipe algumas vezes. Na hora, fiquei sentido com as vaias, porque foi a primeira vez em quatro anos, mas depois esqueci. Só tenho a agradecer aos torcedores.
Jogo entre Botafogo e Cruzeiro
Vai ser muito difícil, mas vou defender o Cruzeiro com toda a determinação possível. Vou honrar a camisa, independentemente do adversário. Quem vai dar meu sustento é o Cruzeiro.
Braçadeira de capitão
O Jefferson tem o perfil, pois é um cara centrado, de cabeça boa e tranquilo dentro de campo. Além disso, sabe ler o jogo e orienta bem os companheiros. Vai ser um belo capitão também.
Futuro
Espero voltar um dia ao Botafogo. Não como jogador, porque minha idade está um pouco avançada, mas como dirigente. Quero ajudar o clube a crescer ainda mais. O Botafogo me fez gostar do Rio de Janeiro e fixar residência. Quando parar de jogar, vou morar aqui.