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Episódio com o meio-campo Jônatas quase vira caso de polícia

Jogador levou soco de supervisor no vestiário e foi à delegacia prestar queixa. Dirigentes pressionam por mudança no futebol

GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Uma agressão que por pouco não acabou na polícia. No intervalo do jogo entre Botafogo e Vitória, no último domingo, no Engenhão, o clima ferveu no vestiário carioca. Ao saber que seria substituído, Jônatas reclamou com o técnico Estevam Soares:

- O time inteiro está jogando mal. Por que sou eu que sempre saio? - perguntou o jogador.

O clima esquentou, e o supervisor Márcio Touson entrou na discussão gritando com o jogador:

- Jônatas! Chega! Acabou pra você.

Houve xingamentos mútuos, a discussão descambou, e Touson deu um soco em Jônatas. A agressão criou um clima de conflagração no vestiário. O lateral Eduardo tentou defender o companheiro e por pouco não houve uma briga mais ampla. Jônatas deixou o estádio e foi até uma delegacia próxima para prestar queixa contra o supervisor.

Foi convencido por seu empresário a voltar atrás. Enquanto isso, o time era completamente dominado pelo Vitória e perdia mais uma partida. O episódio de agressão dentro do vestiário poderia gerar um processo contra o clube - pois um superior agrediu um subalterno dentro de seu local de trabalho. Em entrevista ao jornal "Extra" na terça-feira, Jônatas preferiu não comentar o episódio.

- Na hora certa, eu vou falar - disse.

Procurado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, o empresário de Jônatas, Eduardo Uram, também não quis falar sobre o caso:

- Neste momento, nem eu nem o jogador vamos nos pronunciar sobre esse tema. Vamos esperar uma posição do Botafogo - disse Uram.

O episódio do vestiário foi mais um a esquentar o caldeirão político do clube. Na terça-feira, houve uma reunião do Conselho Deliberativo sem a presença do presidente Maurício Assumpção, que viajou com a delegação de futebol para o Equador. As críticas ao departamento de futebol foram extremas, e foi marcada para esta quinta uma reunião do Conselho Diretor com Assumpção.

Alguns dirigentes exigem mudança imediata na gestão - com a saída de André Silva da vice-presidência de futebol e do gerente Anderson Barros. Anderson e André vinham travando uma guerra surda nos bastidores - e Márcio Touson era um dos principais aliados de André.

Há a possibilidade do retorno de Manuel Renha, ex-vice de futebol na gestão Bebeto de Freitas. Se Renha assumir, não deve haver mudança na comissão técnica, pois Touson é seu homem de confiança. Alguns dirigentes, porém, podem exigir a saída do supervisor por causa da agressão no vestiário.