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Ousadia e alegria! Botafogo reinventa tática rumo ao ataque no Estadual

Do já conhecido 4-2-3-1, com três meias clássicos, a um desesperado 4-1-3-2, com apenas Fellype Gabriel de volante, Oswaldo de Oliveira faz de tudo para superar os adversários


VInicius Perazzini e Walace Borges - Rio de Janeiro (RJ)
 
Oswaldo de Oliveira - Botafogo (Foto: Bruno de Lima)


A cada partida desde a estreia no Estadual, o Botafogo tem passado por variações táticas e se lançado cada vez mais ao ataque. Do sistema 4-2-3-1, vindo do ano passado, até o corajoso 4-1-3-2 com dois meias-atacantes (Cidinho e Vitinho) no segundo tempo da vitória por 3 a 1 sobre o Macaé, na última rodada, o time tem buscado o limite entre a ousadia e o risco, obtendo sucesso com a dedicação das peças ofensivas também na marcação. Esse é o segredo de um time em alta.

Invicto em 2013, dono da melhor defesa no Estadual – com dois gols sofridos – e do segundo ataque mais positivo – com 11 gols, o Glorioso não vem abrindo mão de testar peças ofensivas, mas todas têm o comprometimento de colaborar na defesa.

Para amanhã, contra o Resende, no Engenhão, o 4-1-4-1 está mantido, com Andrezinho no meio no lugar de Lodeiro, que se encontra com a seleção do Uruguai. O meia-atacante Vitinho segue no time, dando uma cara mais ofensiva à criação. Completa o setor Fellype Gabriel, meia que atua “quase” como volante. Atrás de toda essa turma está o volante Marcelo Mattos, que elogiou a aplicação geral na dupla função ataque/defesa.

– A gente sempre diz que a marcação começa pelos atacantes. Isso é o conjunto, é a determinação na marcação e para ficarmos com a bola – disse Mattos, revelando um inteligente método usado pela equipe.

Com mais meias de qualidade no time, a posse de bola fica em maior número com o Botafogo e assim são evitadas diversas investidas ofensivas dos adversários. O êxito dessa estratégia foi comentado por Mattos, que resumiu o espírito do conjunto.

– É importante o time ter opções, como atualmente tem. Eu posso jogar mais recuado, mais avançado. Estou à disposição, sempre – falou.

VITINHO MUDA A CARA DO BOTAFOGO

A grande diferença do atual esquema do Botafogo para o antigo, com três meias clássicos, é a presença do garoto Vitinho. Apesar da pouca idade, o jovem de 19 anos impressionou o técnico Oswaldo de Oliveira ainda no jogo contra o Fluminense, quando entrou e foi muito bem na segunda etapa. De lá, virou titular do time.

Apesar de ter rasgado elogios ao camisa 35 após o duelo contra o Audax, Oswaldo afirma que Vitinho não pode deixar se iludir pelo bom começo no Botafogo:

– O Vitinho tem de manter os pés no chão. Gostei muito da atuação dele, foi útil para o time. Esta atuação confirma a expectativa e a confiança que depositamos nele desde o primeiro dia – disse Oswaldo na época.

Nas redes sociais, a torcida do Botafogo compara o estilo de jogo de Vitinho ao de Maicosuel, que fez muito sucesso no clube.

Com a palavra: Alvaro Oliveira Filho

O Oswaldo de Oliveira pode se arriscar no esquema tático porque os meias do elenco marcam muito. O Fellype Gabriel joga tranquilamente de segundo volante. Lodeiro, Andrezinho e Seedorf também não deixam a desejar neste quesito. Aí fica mais fácil. Ele deixa o Marcelo Mattos preso e faz um rodízio na marcação. Quando recupera a bola, fica com uma qualidade incrível de passe. É uma ideia bem interessante. 

Agora, jogar dessa maneira em um clássico é diferente, mas bem possível. O Oswaldo jogou assim no ano passado, contra o Vasco, no Carioca, e deu certo. É claro que ele vai ter de segurar o Fellype ainda mais. Porém, dá para jogar sem problemas neste esquema.

Com a palavra: Roberto Assaf

A mudança feita pelo Oswaldo de Oliveira foi para melhor. Os números comprovam isso. Agora, contra os pequenos, você pode correr todo tipo de risco. Primeiro, ele está fazendo uma experiência que está dando muito certo. E se tomar o gol ou até perder, tem a chance de recuperar os pontos. No Estadual, é a chance de fazer testes. 

A questão é: dentro deste esquema a única coisa necessária é ter um meia-atacante de velocidade. Não importa quem, mas ele tem de estar em campo. 

Antes eu sentia o time travado e sem muito poder ofensivo. Contra o Bangu, foi uma prova disso. Depois disso, o Botafogo mudou e não sofre mais dos mesmos problemas.