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Loco Abreu: 'Estilo do Joel Santana é muito parecido com o de um maestro'

Em entrevista a um diário do Uruguai, atacante afirma que está vivendo um dos melhores momentos da carreira e rasga seda para técnico do Botafogo

GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro


Após a conquista da Taça Guanabara, Loco Abreu afirmou que estava aprendendo o significa de vestir a camisa do Botafogo. Artilheiro da equipe no Campeonato Carioca, com seis gols, o atacante vem dando cada vez mais exemplos de que vive uma história de amor com o clube da Estrela Solitária. Experiente e com passagens por vários clubes de expressão, o camisa 13 é ídolo da seleção do Uruguai - foi dele o gol da classificação à Copa do Mundo da África do Sul, no empate em 1 a 1 com a Costa Rica - e a cada jogo vem caindo também nas graças da torcida alvinegra.

Em entrevista ao site do diário uruguaio "Ovación", o jogador foi logo lembrado pelo seu recente feito. Destaque para o fato de ele ter sido "campeão no mítico Maracanã", estádio onde o Uruguai promoveu a maior tristeza do futebol brasileiro, vencendo o Brasil por 2 a 1, de virada, com o fatídico gol de Gigghia na final da Copa de 1950. Mas Loco Abreu prefere não remexer no passado.

Momento de aprender com Joel Santana: Loco Abreu (esquerda) presta atenção nas orientação do técnico

Pelo contrário, diz viver um dos melhores momentos da sua vida pela conjunção de três fatores: Botafogo, seleção e vida pessoal. Depois de revelar ter se emocionado com a torcida alvinegra, que na decisão da Taça GB estendeu uma bandeira do Uruguai na arquibancada, chegou a vez de o atacante tecer todos os elogios a Joel Santana e explicar por que escolheu General Severiano. Confira os melhores momentos.


Papai Joel é o cara

"Fui contratado porque o (ex-técnico) Estevam Soares pediu, mas não pude conhecê-lo bem porque ele se foi dez dias depois (da minha chegada). Aí veio o Joel, que é um velho lobo, tem um histórico vencedor, foi campeão pelos quatro grandes do Rio. Seu estilo é muito parecido com o de um maestro. Não dá sopa para o azar. Tudo é planejado e detalhado. A disciplina e a metodologia de trabalho dele são muito boas. E o Joel trata a todos da mesma maneira. Está sempre por dentro do que está acontecendo para poder entender os jogadores".

As mudanças com a chegada de Joel

"Em qualquer equipe vencedora, não se pode começar da frente para trás. Tudo parte de uma defesa sólida, e é preciso ter um time compacto, bem agrupado e que não dê espaços enquanto espera pelo adversário. Mas isso não quer dizer que abdique do ataque. Nós, atacantes, sabemos da nossa importância, inclusive a de impedir que o time fique exposto a contra-ataques. Mas o mais importante é a confiança que ele transmite. Muitas vezes um treinador pede alguma coisa, mas os jogadores não se convencem. Em pouco tempo, Joel nos convenceu de que o seu planejamento é o ideal. Nisso ele é parecido com (o técnico da seleção uruguaia, Oscar) Tabárez. Estou realmente aproveitando"

As histórias de Joel

"Conversamos sobre assuntos gerais, mas ele gosta muito de falar de futebol, de conta muitas histórias. O Joel teve a oportunidade de comandar os melhores. Por exemplo: enfrentamos o América, cujo técnico era o Bebeto, e o dirigente é o Romário. Eles foram jogadores do Joel, que nos contou várias histórias engraçadas sobre essa época. Também nos fala de sua experiência na África do Sul, do país e dos costumes do povo. São coisas que você guarda e um dia podem te ajudar".

Porto seguro no Botafogo

"Continuo encontrando lugares onde posso continuar meu futebol. E tento conseguir conquistas e prestígio, que é o que qualquer um busca num clube. Independentemente do tempo que ficar, é sempre bom entrar na história do clube. No último ano estive apenas no Aris F.C. (da Grécia), aí vim para o Botafogo. Antes passei por Tigres (México) e River Plate, fui para Israel (defendeu o Beitar Jerusalem), voltei para o River, segui para o Real Sociedad (da Espanha), aí cheguei ao Aris. Mas agora é a hora do Botafogo".

El Loco em grande fase

"Acredito que o presente é sempre o melhor momento. Por mais que tenha vivido melhores, o que passou, passou. Não dá voltar no tempo. De qualquer maneira, é certo que estou vivendo no Botafogo, na seleção uruguaia e na minha pessoal um dos melhores momentos. Antes eu não analisava muito as minhas decisões, via apenas o lado esportivo. Decidia que seria "lindo jogar por tal clube" e ia mesmo. Não queria saber como o time jogava, como era o seu vestiário, o treinador, o presidente, se o clube estava em ordem, se a cidade era boa. Hoje eu busco o máximo possível de informações e jogo tudo na mesa (antes de decidir)"