Novo técnico é apresentado, ressalta anos vitoriosos no futebol japonês, diz que não se sente pressionado pela fase do clube e pede continuidade
Mesmo em um dia quentíssimo no recém começado verão, Oswaldo de Oliveira tratou de chegar de terno e gravata a General Severiano para seu primeiro dia oficial como treinador do Botafogo. Elegante e solícito, o novo treinador foi apresentado e fez questão de elogiar muito a torcida e o elenco, mas confirmou que vai conversar a respeito de reforços. Valorizando a experiência de cinco anos no futebol japonês, ele pregou a união no momento adverso e lembrou que, com o trinômio obediência, disciplina e continuidade, os resultados positivos virão.
- É um prazer e honra muito grandes retornar ao Botafogo 30 anos depois. Poucos sabem, mas fui preparador físico do clube em 1980. Chego com muita motivação para as vitórias. Sem prometer títulos, só o bom trabalho e o acúmulo de união e vitórias vão nos levar lá. Tenho a referência muito positiva dos torcedores botafoguenses, que me enviaram centenas de mensagens de apoio por meio do meu site. Não pude responder, mas agradeço e lembro que a força deles fez com que a equipe fosse uma das melhores mandantes na competição. Tenho uma vontade muito grande de fazer o clube reencontrar o caminho dos títulos. Esse é o nosso objetivo - afirmou.
Oswaldo esteve ao lado do vice de futebol, André Silva, que destacou o currículo multicampeão do contratado, que ergueu nove taças pelo Kashima Antles, do Japão, entre 2007 e 2011, e também é campeão brasileiro, em 1999, e do Mundial de Clubes, em 2000, ambos pelo Corinthians. Ele assinou contrato de um ano, com prorrogação automática por mais dois.
Oswaldo de Oliveira e André Silva exibem camisa
(Foto: André Casado / Globoesporte.com)
(Foto: André Casado / Globoesporte.com)
- Vi vários jogos do Botafogo, alguns excelentes e outros não tão bons. Mas o time seguiu uma trajetória comum a todos os grandes que disputavam a liderança. Todos tiveram uma queda, o campeão mesmo ficou oito partidas sem vencer. Tenho uma ideia boa e positiva da equipe, com Renato e Marcelo Mattos, que enfrentei e sempre admirei, Maicosuel, Elkeson, Loco Abreu, fazendo gols, e Jefferson, que é da Seleção. Pena que o lateral (Cortês) saiu. Mas não conheço tanto o elenco ainda, porque nem todos foram utilizados com frequência. O espírito de equipe de uma forma geral me agradou - analisou.
Apesar dos elogios, Oswaldo sabe que reforços virão nos próximos dias.
- Devemos falar de reforços, sim. Já estamos estudando determinadas opções. Olhamos jogadores, ouvi a diretoria e temos trocado ideias há algumas semanas. Precisamos ocupar os espaços que faltam - disse.
A principal carência do elenco é nas laterais. Sem Alessandro e Cortês, houve desfalque nos setores e o clube trabalha na reposição. O zagueiro Brinner, do Paraná, foi contratado, assim como o meia Andrezinho, do Inter. Ainda há a expectativa de um mais um defensor e talvez um atacante.
Longo trabalho e volta por cima
A tecla da continuidade que teve no Oriente foi batida pelo profissional diversas vezes, ainda que ele admita que no Brasil a cultura é diferente. Para Oswaldo, é preciso se atualizar e tentar mudar a instabilidade. No próprio Alvinegro, Joel Santana e Caio Júnior perderam seus empregos ao longo de 2011.
- Não me sinto pressionado. Notei uma conversa até bastante estável com o Botafogo e me interessei. Estou tranquilo para trabalhar. Sei o que envolve a minha profissão e o momento que passa o clube. No Japão, tive muita tranquilidade para organizar tudo o que queria e eu dominava o clube, depois de cinco anos. Isso foi primordial e desequilibrante para desenvolver um trabalho vencedor. Sem essas coordenadas, é muito difícil ganhar. Precisamos disso por aqui, mas a competência e a confiança devem andar juntas também, senão não adianta - ensinou.
Oswaldo de Oliveira é apresentado à torcida do Botafogo (Foto: Satiro Sodré / AGIF)