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Botafogo: A fábrica de goleiros selecionáveis

Milton Raphael é mais um dos goleiros do Glorioso a ver a Seleção Brasileira como uma realidade

Milton Raphael é mais um dos goleiros do Botafogo a ver a Seleção Brasileira como uma realidade - Foto de Alexandre Loureiro  
Milton Raphael começou no Volta Redonda e veio para o Botafogo com 15 anos - Foto de Alexandre Loureiro
 
Claudio Portella e Hugo Perruso
Rio de Janeiro (RJ)
 
Ver um goleiro do Botafogo com a camisa da Seleção Brasileira está se tornando algo normal nos últimos tempos. Após 2010, quando Jefferson esteve presente em todas as convocações do técnico Mano Menezes, é a vez do arqueiro Milton Raphael vestir a Amarelinha pela Seleção sub-20, de Ney Franco.

Mas quem disse que o jovem de 19 anos está nervoso com isso? Não mesmo. Milton vem sendo nome certo nos últimos anos nas seleções de base, assim como outros goleiros alvinegros, Renan e Luís Guilherme, de 21 e 18 anos, respectivamente. Ele é apenas um de uma produção em série do Glorioso.

Desde 2007 em General Severiano, Milton Raphael despontou no Volta Redonda e foi levado às categorias inferiores do clube alvinegro. Sua primeira convocação aconteceu em 2009, quando disputou umtorneio em Barcelona. No começo de 2010, participou como goleiro titular em uma competição realizada no Uruguai.

A jovem promessa está desde o dia 13 de dezembro se preparando na Granja Comary, em Teresópolis. A Seleção sub-20 disputará o Campeonato Sul-Americano, entre 16 de janeiro e 12 de fevereiro, no Peru. Milton, que já trabalhou no Alvinegro com Ney Franco, em 2008, comemorou o fato de rever o treinador.

– Estou muito feliz de estar disputando essa competição. É muito bom encontrar um treinador que quando cheguei no profissional me acolheu de braços abertos – comentou.

Para Milton, o momento não poderia ser melhor, já que seus sonhos têm se realizado rapidamente. Agora, o goleiro mira em um futuro triunfante: com a Estrela Solitária no peito e a Amarelinha no coração.

HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Milton sempre teve a ajuda dos pais para conseguir realizar seu sonho

Atualmente Milton vislumbra um lugar de destaque no futebol brasileiro. Mas, para isso, o goleiro teve que superar algumas barreiras no caminho. De origem humilde, o jogador cresceu em um bairro pobre da cidade de Barra Mansa, interior do estado do Rio de Janeiro.

Desde pequeno, mostrava ser talentoso na escolinha de futebol que frequentava e em diversos torneios realizados em Volta Redonda, cidade vizinha. Aos 15 anos, teve a oportunidade de ir para um dos clubes grandes da capital. Em uma das tentativas, o jovem quase desistiu devido à saudade de casa. Foi aí que aconteceu algo determinante para que não sucumbisse. O pai de Milton, Guilherme, usou sua experiência de vida para convencê-lo:

– Ele voltou desanimado, achando que não iria conseguir. Parei o carro em frente à Companhia Siderúrgica Nacional (maior indústria siderúrgica da América Latina, localizada em Volta Redonda). Olhei nos olhos dele e falei que aquele seria o seu futuro. Ou aquilo ou estofar sofá comigo (trabalho que exerce há 30 anos). O que vai querer?

O recado foi assimilado.

CONFIRA O BATE-BOLA COM MILTON RAPHAEL
Em entrevista exclusiva ao LANCENET!
Qual seu maior objetivo neste momento?

Espero poder continuar na Seleção Brasileira e jogar as Olimpíadas em 2012. Trabalho diariamente pensando nisso.

Quais são seus maiores ídolos no futebol brasileiro?

Taffarel, Helton e Júlio César. Cresci vendo estes grandes goleiros. Não posso esquecer do Jefferson, que é um espelho para todos nós no Botafogo.

Seus pais se dedicaram durante toda a vida para a realização do seu sonho. Você tem noção da sua responsabilidade?

Sempre lembro disso. É daí que vem a gasolina e de onde tiro forças para pegar aquela bola na gaveta. Jogo no meu time de coração, e agora estou defendendo meu país. Tudo isso é graças a eles.

Você mostra ser muito identificado com o Botafogo. A que se deve isso?

Sempre fui botafoguense. Quando tive a oportunidade de ir jogar no Rio, não pensei duas vezes. Peguei minha camisa alvinegra e fui direto para lá.