Time bom traz vitória, que traz público, que enche estádio. O Botafogo vive essa realidade em 2010. Campeão estadual, teve o cuidado de preservar o elenco, o treinador e de ainda turbinar o plantel pós-Copa, com Jobson e Maicossuel. E o retorno veio rápido. Em pontos, por exemplo. Dos 21 disputados nas últimas rodadas, os alvinegros ganharam 15. Em estabilidade, idem: nesse mesmo período, o time teve três empates e quatro vitórias seguidas. Subiu do 16º lugar para o 3o, onde está agora, confortável e sonhando com a Taça Libertadores. E também em retorno financeiro: contra o Atlético Mineiro, há 15 dias, eram 25 mil torcedores. Hoje, na sofrida vitória de 1 a 0 sobre o Avaí, gol de Fábio Ferreira, mais 35 mil. No fim, festa e a certeza de que ninguém cala o momento único que o botafoguense vive agora.
Dos últimos jogos, hoje foi o mais fraco. Num todo, a partida foi pobre. Muita marcação, tensão demais, bola de menos. Passes errados, poucas chances de gol. Jobson estava fora de sintonia, talvez pensando em Mano Menezes, aboletado numa cabine do estádio. Maicossuel só rendeu enquanto teve liberdade. Quando Bruno colou nele, sumiu. O melhor do Botafogo foi Somália, improvisado na latera-direita.
No Avaí, com apenas três titulares, correria, aplicação e pouca técnica. Faltou a velocidade de David, Caio e Robson na saída do meio para o ataque. Leandro Bonfim decepcionou. Sávio entrou no segundo tempo e nada fez. E, fora duas defesas seguidas de Jefferson e, na sequência, uma bola salva sobre a linha por Marcelo Cordeiro, o Botafogo teria levando a partida toda sob controle. Apesar de o Avaí ter equilibrado a partida no segundo tempo e, em alguns momentos, até ter sido melhor.
O momento é alvinegro. Numa outra época, o Avaí teria empatado e até virado o jogo no Engenhão. Agora, não. Mesmo sem brilhar, o Botafogo ganhou. Bons fluidos. E, no rastro desse faixo de luz, o time segue em lua de mel com seus torcedores. Terceiro lugar. E, como disse Joel Santana, não há limite para essa estrela. O professor parece ter razão.