Leandro Guerreiro e Alessandro dizem que música da arquibancada foi motivada por rivalidade com o Flamengo
Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro
O coro de “vice é o Cuca” que saiu da arquibancada do Maracanã no dia da conquista da Taça Guanabara fez a festa da torcida do Botafogo. Mas a ironia não encontrou eco nos jogadores alvinegros, principalmente aqueles que trabalharam durante o período de dois anos com o treinador, hoje no Flamengo. Até mesmo quem chegou já sob o comando de Ney Franco procurou fugir da polêmica.
Jogador contratado pelo Botafogo a pedido de Cuca, em janeiro de 2007, Leandro Guerreiro viu pela televisão o sentimento de tristeza do treinador ao comentar o fato. Mas acredita que o grito da torcida alvinegra não significa algo pessoal.
- Não vejo isso como algo contra o Cuca, mas contra o Flamengo. A rivalidade é muito grande, e tenho certeza de que não haveria essa música se ele estivesse em outro clube. Vi que o Cuca ficou muito chateado com isso, pois fez muito pelo Botafogo - observou.
Alessandro, que está no Botafogo desde junho de 2007, não escondeu que o grito da torcida causou um certo mal-estar nos jogadores e na comissão técnica alvinegra. A música também foi cantada pelo torcedores durante a comemoração numa churrascaria.
- Confesso que fiquei surpreso e até constrangido quando ouvi a música. O mesmo aconteceu com outras pessoas do clube. Mesmo sem conquistar um título, o Cuca fez coisas muito boas pelo Botafogo. Infelizmente, no futebol brasileiro algumas coisas são esquecidas. Vejo que tudo foi motivado pela rivalidade com o Flamengo, mas ele não merecia. As torcidas são passionais, e sei que o Cuca vai tirar isso de letra.
Maicosuel chegou ao Botafogo há dois meses, mas já conhece a rivalidade com o Flamengo. O meia credita a esse fator provocação.
- Acho que a resposta do Cuca foi uma forma de se defender. Antes de ser um profissional, ele é homem. Sabemos que o campeonato não acabou, mas não precisamos desses fatores externos para ganharmos motivação.