Seedorf passa pelo teste de Moça Bonita: 'Já joguei em campo pior'
Meia procura eliminar preocupação de Oswaldo e jogadores em sua primeira vez no lado B do futebol carioca
Seedorf
conheceu na última quarta o lado B do futebol do Rio. Teve pela
primeira vez a oportunidade de jogar em um estádio carioca que não fosse
o Engenhão. Foi em Moça Bonita, na vitória por 4 a 0 do Botafogo sobre o
Audax. Como a casa do Bangu tem instalações mais modestas do que a
maioria dos palcos em que o holandês se acostumou a jogar, ele viveu
experiências curiosas. O sorriso no rosto e bom humor, no entanto,
continuaram a acompanhar o camisa 10, embora ele tenha se recusado a dar
entrevistas.
Na chegada ao estádio, o ônibus foi estacionado na calçada em frente a
um dos portões, e um isolamento foi feito para que os jogadores pudessem
chegar até o vestiário - que foi reformado recentemente. Como não há
área de aquecimento, os atletas fizeram o trabalho no gramado.
Como o técnico Oswaldo de Oliveira optou por não usar Seedorf como
titular, o meia ficou até os 26 minutos do segundo tempo no banco de
reservas. O alambrado fica colado ao campo, e tudo o que os torcedores
falam os jogadores - e Oswaldo - podem escutar.
Com tranquilidade, Seedorf distribui autógrafos na
saída do estádio, ness quarta (Foto: Fred Huber)
saída do estádio, ness quarta (Foto: Fred Huber)
Dessa vez, eram os torcedores do Audax que estavam ali por perto, mas
nem por isso Seedorf ouviu hostilidades. Foi respeitado, aplaudido e
respondeu com acenos e sorrisos. O mesmo aconteceu quando o craque foi
se aquecer, pertinho da torcida.
Outra preocupação era como seria a adaptação do camisa 10 ao gramado
irregular de Moça Bonita. No entanto, Oswaldo de Oliveira revelou uma
conversa em que o jogador deixou todos mais tranquilos. Quando entrou,
ele ignorou as dificuldades, teve boa participação novamente com belos
passes e por pouco não fez um gol.
- Eu tinha uma preocupação com o campo, mas ele me falou assim: "Já
joguei em campo pior na Itália. Não tem problema". Acho que ele foi bem
na partida. Precisava dar ritmo a ele, queria que ele jogasse um pouco.
Provavelmente ele inicia nosso próximo jogo (contra o Macaé, no domingo,
no Moacyrzão).
Seedorf só entrou no time aos 26 minutos do segundo tempo (Foto: Guilherme Pinto / Ag. O Globo)
Na saída da delegação alvinegra do estádio, mais assédio ao holandês,
que deu muitos autógrafos e tirou fotografias antes de entrar
rapidamente no ônibus. Do lado de fora, um grande grupo de torcedores,
na maioria crianças, aguardava para ver Seedorf de perto.
Durante seus 20 anos de carreira, Seedorf defendeu também Ajax,
Sampdoria, Real Madrid, Inter de Milão, Milan e a seleção holandesa.
Seedorf aquece pertinho do alambrado: respeito da torcida rival (Foto: Fred Huber)
Na calçada, multidão aguarda passagem de Seedorf (Foto: Fred Huber)