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Futebol: Espanha para na trave, cai para a Honduras e dá adeus precoce

Derrota em Newcastle tira a Fúria da disputa pela medalha de ouro em Londres ainda na fase de grupos. Espanhóis reclamam muito da arbitragem

 

Por GLOBOESPORTE.COM Newcastle, Inglaterra


A Espanha se acostumou com as vitórias. Duas Eurocopas e uma Copa do Mundo foram conquistadas pela seleção principal em um intervalo de quatro anos. Ainda houve o título de um Europeu Sub-21 com a geração menor, a mesma que entrou em campo nessas Olimpíadas tentando lidar com a pressão interna e o favoritismo pela medalha de ouro. Mas o sonho durou pouco. Neste domingo, a Espanha parou na trave e na guerreira seleção de Honduras, que surpreendeu o mundo do futebol e venceu por 1 a 0, no Estádio St. James Park, em Newcastle, pelo Grupo D de Londres 2012. O gol foi marcado por Bengtson, artilheiro da competição com três tentos.

Não se pode dizer, no entanto, que houve apatia. A Fúria criou inúmeras oportunidades e esbarrou em sua própria incompetência quando o goleiro Mendonza não apareceu. Foram três bolas na trave, duas do brasileiro naturalizado Rodrigo Moreno, do Benfica. Uma de Adrián. E outras tantas finalizações perigosas com Juan Mata, além das reclamações com a arbitragem sobre um pênalti não marcado no fim. Honduras, que também acertou o poste, aproveitou uma de suas poucas chances, como manda o figurino.

Jerry Bengtson, Espanha x Honduras (Foto: Agência AFP) 
 
Jerry Bengtson marcou o seu terceiro gol em Londres 2012 e mandou a Espanha para casa (Foto: AFP)
 
O resultado deixa a Espanha com zero ponto. Não é possível, portanto, alcançar Honduras, que foi aos quatro, e tampouco o líder Japão, que foi a seis com a vitória sobre Marrocos, por 1 a 0. Os africanos, com um, precisarão derrotar os espanhóis na próxima quarta-feira, em Manchester, a partir das 13h (de Brasília). Japoneses e hondurenhos duelam no mesmo horário, em Coventry. Quem avançar em segundo deverá ser o adversário do Brasil nas quartas de final.

Ao contrário da última quinta-feira, os espanhóis não puderam reclamar de chances criadas. O adversário em tese era mais fraco, e a Fúria deixou a inércia diante do Japão para trás. Mas não era o suficiente para acabar com os problemas de quem carregava o peso do favoritismo.

Em uma primeira etapa com 68% de posse de bola, a equipe de Luis Milla teve três grandes oportunidades. Todas com Juan Mata, campeão da Euro com a seleção principal e da Liga dos Campeões com o Chelsea. Faltou calibrar a pontaria: o meia mandou todas ao lado das traves, provocando suspiro no público inglês.


Juan Mata e Wilmer Crisanto, Espanha x Honduras (Foto: Agência AFP) 
 
Juan Mata, do Chelsea, desperdiçou três ótimas chances no primeiro tempo (Foto: Agência AFP)
 
A defesa, porém, continuava a apresentar problemas. Jordi Alba, lateral de apenas 1,70m, era o encarregado de marcar o grandalhão Bengtson, de 1,87m. Bastou Espinoza cruzar na medida para a Honduras abrir o placar.

Traves. Muitas traves

Por muito pouco a seleção da América Central não ampliou no início da etapa final. Aos cinco, Espinosa foi quem cabeceou livre, livre. A bola acertou a trave esquerda de David De Gea. Os espanhóis, precisando de ao menos um empate, foram para cima. Aos nove, Montoya cruzou na cabeça de Adrián, que dessa vez acertou o travessão.

Jose Mendoza, Espanha x Honduras (Foto: Agência Reuters) 
 
Jose Mendoza contou com a ajuda da trave, mas
fez linda defesa no segundo tempo (Foto: Reuters)
 
Àquela altura, Honduras já sabia o que fazer com a bola. Tocava, passava o tempo e tentava não sofrer uma pressão. Conseguiu por alguns instantes. Aos 22, no entanto, a Fúria foi para cima com a entrada do atacante brasileiro naturalizado Rodrigo Moreno. Muniain acertou a trave logo em seguida.

A Espanha seguiu martelando. Aos 26, Rodrigo Moreno conseguiu linda cabeçada, mas Mendoza voou para praticar um milagre. Seis minutos depois o arqueiro voltou a aparecer ao sair nos pés de Rodrigo. Novamente o brasileiro teve grande chance, de cabeça, aos 37. Onde ela foi parar? No travessão, é claro.

Ainda houve tempo para a Espanha reclamar de um pênalti não marcado em cima de Mata, aos 44. Não era mesmo o dia da Fúria, que a partir de agora terá também de lidar com o fracasso, sinônimo de outras tantas gerações em sua história.