
Nada de brincos ou cordões. Tatuagens nem pensar. No carro, o funk
não passa nem perto. Seria um jogador de futebol? Sim, Clarence Clyde
Seedorf. Simplicidade e sorriso largo são as marcas registradas deste
holandês, que para a alegria alvinegra estreia hoje, às 18h30m, no
Engenhão, contra o Grêmio.
Calmo e ponderado, Seedorf está
estudando o terreno. Cumprimenta todos os jogadores, mas entre os
brincalhões e os tímidos, escolhe o próprio lado. Com os companheiros,
as conversas são apenas sobre táticas e o que espera no futebol
brasileiro entre campos, árbitros e estilo. Tudo para entender o quanto
antes como funciona. Os mais próximos são Gabriel, Andrezinho e Renato.
Brincadeiras
são raras, mas acontecem, como foi com o goleiro reserva Andrey, que o
acompanhou em um treino de finalizações na última quinta-feira.
— Vou deitar (e rolar) em cima de você — riu e brincou Seedorf, antes de fechar a cara e focar no treino.
Projetos fora do futebol
Em
seu primeiro dia de Rio Janeiro, Seedorf já foi parado em uma blitz da
Lei Seca, sem a habilitação. Ele ainda está se ambientando. Mas até o
tráfico carioca adotou o craque. A Polícia Militar encontrou, na última
sexta-feira, um lote de crack com o nome do holandês.
O craque holandês só lamenta a falta de tempo para desfrutar a cidade.
—
Gosto muito do Rio, mas não tenho tempo livre. Estou ajudando minha
mulher a arrumar o apartamento. Não estou de férias — brincou Seedorf,
sem tempo para um mergulho na praia.
Seedorf cumprimenta a todos,
em português, e não admite falta de educação. Ele estava dando
autógrafos para torcedores após um treino quando um jornalista do
Suriname, ávido por uma entrevista, tentou arrancar palavras do craque.
Sem conseguir sucesso, apelou dizendo que ele cumprimentou a todos,
menos a ele que era de seu país. O meia respondeu que ele foi o único
que não respeitou as normas do clube para entrevistas.
A vinda de
Seedorf não se resume aos gramados. O jogador tem duas empresas: On
Management e Champions for Children. A primeira é uma gestora da
carreira de jogadores. E a empresa deve entrar com tudo no Brasil para
aproveitar a imagem do jogador no Brasil.
O Champions for
Children, é um projeto social que visa a desenvolver talentos, seja no
esporte, ou em outras profissões. Seja no campo ou fora dele, Seedorf vê
no Brasil um mercado com inúmeras oportunidades.