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‘Tem que ter paixão’: Botafogo adota o lema da arrancada

Marcos Penido (penido@oglobo.com.br)
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Loco Abreu sorri durante treinamento. Foto: Jorge William/Agência O Globo RIO - Desde que chegou ao Botafogo, o técnico Caio Júnior e a comissão técnica do clube nunca deixaram de lembrar aos jogadores que para marcarem sua passagem pelo clube é preciso fazer história. Faltando dez jogos para o fim do Campeonato Brasileiro, um lema foi adotado como mais uma forma de incentivo para todos na caminhada rumo ao topo da competição: "Tem que ter paixão". A frase virou uma espécie de lema nesta reta final — a estreia foi na vitória contra o Corinthians — e estará estampada na camisa dos jogadores no jogo contra o Atlético-PR, neste domingo, no Engenhão.
Com o objetivo de mostrar a paixão alvinegra e a união entre o time e a torcida, uma série de ações será exibida nos telões do Engenhão.

O que mudou em relação ao ano passado quando o time chegou à última rodada com chance de conquistar vaga na Copa Libertadores e acabou em sexto atrás de Grêmio?

— Tudo — responde Maicosuel. — Nós aprendemos ali que você tem que acreditar até o fim e não cometer erros durante a competição que podem custar caro. Desta vez, estamos na briga pelo título e não só por uma vaga na Libertadores — diz o jogador.

Quem vê o Botafogo hoje, após ter derrotado o líder Corinthians por 2 a 0, no Pacaembu, sente uma diferença grande no comportamento dos jogadores. Existe confiança e seriedade no trabalho.

De acordo com Evandro Motta, especialista em motivação de grupo e que estava no alvinegro na conquista do Brasileiro de 1995, tudo isso é fruto de uma ação coordenada de todos os setores do clube. Ela resultou em um planejamento no sentido de mobilizar os jogadores para que entendessem que o Brasileiro é conquistado por quem mantém uma regularidade e cresce de rendimento na competição.

Mota cita alguns exemplos.

— Estudamos todas as súmulas dos jogos do Brasileiro do ano passado. Chamamos os jogadores e mostramos com números que ninguém joga o campeonato inteiro. Logo, todos têm chance de entrar e devem estar motivados. Mais ainda no Botafogo que não conta com um grupo enorme — afirma Evandro.

A insistência na tecla de que a maior ambição que um jogador pode ter é conquistar o título de campeão é acompanhada por métodos modernos de trabalho.

— Nossa psicóloga Maira Ruas participa até das análises dos jogos feitas pelo Caio Júnior. Ele cuida da parte tática. Ela faz um trabalho de repetição junto aos jogadores para que fixem alguns detalhes — diz Evandro.

Nem Steve Jobs, o mago da Apple fica de fora. Algumas de suas frases são lembradas em mensagens de e-mails como “Você deve colocar a paixão e acreditar no sucesso deste caminho”, entre outras. Deu certo com Jobs. No Botafogo faltam dez jogos para a paixão explodir e construir mais uma página na história do clube.