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Caio Júnior usa dotes de psicólogo para banir pessimismo no Botafogo

Técnico diz entender que clima negativo atrapalha o Alvinegro e afirma que, caso não escolhesse sua atual profissão, seguiria a carreira na psicologia

Por Fábio Leme Rio de Janeiro
 


“Se eu não fosse treinador, talvez eu tivesse sido psicólogo”. Com essa frase, que define um pouco de seu perfil, Caio Júnior vai fazendo do dia a dia de General Severiano um consultório de psicologia, tendo como objetivo acabar com a negatividade que ronda o clube, segundo o próprio. O comandante alvinegro confessou que na última segunda-feira todos os jogadores foram “atendidos” em seu “divã” para expor situações desconfortáveis que estão vivendo.

- São trabalhos internos que me desgastam muito. Ontem (segunda-feira), eu me senti um psicólogo mesmo, se eu não fosse treinador, talvez seguisse essa carreira. Eu fiz espontaneamente, recebi na minha sala todos os jogadores – revelou o treinador, que contou ter aproveitado para brincar com os comandados - Até no meio das “consultas”, eu acabei brincando com eles,  falando “entra no consultório do Doutor Caio para a gente conversar”. Foi uma experiência positiva que me fez refletir e chegar a algumas conclusões internas - observou.

Alguns atletas mereceram atenção especial de Caio por razões diversas. Entre eles, o lateral-esquerdo Cortês e o apoiador Elkeson. Ambos tiveram queda de rendimento após as convocações para a Seleção Brasileira.

- Exemplo prático do Cortês: vocês devem imaginar o que passou na cabeça dele de um ano para cá. Ele se tornou titular do Botafogo, convocado para a Seleção e teve um aumento de contrato fora do normal. Ele passou a achar que tem que ser o melhor em todos os jogos. E não tem. O próprio Elkeson também acha isso – afirmou Caio Júnior.

Márcio Azevedo e Everton foram os que mais trabalharam nesse aspecto (da psicologia), pois são muitos sensíveis"
Caio Júnior
 
Os casos de Márcio Azevedo e Everton, que reclamaram do treinador em jogos anteriores, também foram analisados pelo comandante alvinegro.

- São dois casos bem específicos de jogadores que precisam de trabalhos de psicologia. Foram os dois que mais trabalharam nesse aspecto, pois são muitos sensíveis – analisou Caio, que colocou no excesso de pressão da torcida o motivo pela falta de confiança do lateral-esquerdo - Resgatamos o jogador, e no jogo contra o Santa Fé ele foi vaiado com cinco minutos de jogo. Perdeu a confiança de novo - explicou.

A pressão por resultados foi percebida pelo técnico desde que chegou ao clube. No início do Brasileirão, Caio Júnior notou que uma onda de pessimismo assola os torcedores alvinegros.

- Historicamente o clube tem essa tendência da negatividade, do pessimismo. Não é fácil só eu mudar isso, por isso que eu tenho gente em volta de mim que está tentando reverter essa situação. O Botafogo há tempos não realiza um campeonato que permita ao seu torcedor sonhar com o título e por isso acabamos trabalhando muito com a negatividade externa. Isso é uma característica do clube, infelizmente – finalizou.