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Antônio Carlos e Caio miram o topo da tabela no jogo 100 pelo Botafogo

Zagueiro e atacante podem completar a importante marca neste sábado

Por Thiago Fernandes Florianópolis
 
Um é zagueiro; o outro é atacante. Um tem 28 anos e atravessa um dos melhores momentos de sua carreira; o outro tem 21 e ainda vive os primeiros anos no futebol profissional. Um é titular absoluto do Botafogo; o outro ainda busca seu espaço. Mas afinal, o que têm de semelhante Antônio Carlos e Caio? A possibilidade de fazer 100 jogos com a camisa do Botafogo no jogo em que o time pode assumir a liderança.

caio antonio carlos botafogo (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com) 
Caio e Antônio Carlos podem completar 100 jogos neste sábado (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
 
Nos 99 jogos em que participaram, Antônio e Caio tiveram papel de destaque, principalmente no estadual de 2010 quando surgiram para os olhos do torcedor do Botafogo. O zagueiro havia acabado de chegar ao clube e o atacante ganhava as primeiras chances no time principal. No torneio regional, Antônio começou sua caminhada para se tornar um dos lideres da equipe e para ajudar a defesa do Botafogo a se tornar uma das melhores do Brasil (o Glorioso tem a 3ª melhor defesa do Brasileiro). Caio se tornou pela importante da equipe, com gols decisivos.

Além dessas semelhanças, a dupla ainda tem uma outra, mais curiosa: ambos não têm muita simpatia pelos apelidos que os acompanham. Quer saber o motivo? Leia o bate-papo com os dois jogadores abaixo.

GLOBESPORTE.COM: Qual a importância de completar 100 jogos pelo time?

Antônio Carlos: Tem importância pela fase que eu estou vivendo, pelos jogos que estou fazendo. Cheguei com o pessoal meio desconfiado e tenho feito boas atuações, fazendo gols e tudo. A sintonia com o pessoal do grupo é importante. Estou muito feliz.

Caio: Estou feliz demais com esta marca. Pela minha pouca idade e pelo pouco tempo que tenho no futebol profissional, acho que ela se torna ainda mais expressiva. É gratificante e uma marca que aproxima o jogador ainda mais do torcedor.

 

Quando chegou ao Botafogo? Como, durante esse tempo, foi construindo o espaço que tem dentro do grupo (Antônio Carlos foi escolhido vice-capitão da equipe)?

Antônio Carlos: Cheguei em janeiro de 2010. Fui construindo o espaço mais por conversa. O pessoal sempre vinha conversar comigo. Eu sempre consigo conversar com o pessoal mais jovem. Com isso, vem a confiança. Consigo ter uma boa comunicação com o Caio Júnior. Fico feliz de poder ajudar o time.

Caio: Cheguei no fim de 2009. Penso que todo espaço é conquistado com dedicação e respeito. A conquista do carioca de 2010, e me transformando importante para aquele título que o Botafogo não conquista há algum tempo, também ajudou bastante.

Qual foi o seu jogo mais marcante?

Antônio Carlos: O mais importante foi o do título carioca, contra o Flamengo. E o jogo do Tigres, que foi logo depois do 6 a 0 para o Vasco. Foi uma mudança e dali a gente partiu para o título.

Caio: Contra o Flamengo e Fluminense, na Taça Rio e Taça Guanabara em 2010. Esses dois marcaram muito.

 

Qual o gol mais importante que você marcou?

Antônio Carlos: O do clássico contra o Vasco, no Brasileiro deste ano, que ganhamos por 4 a 0, porque estava engasgado desde o 6 a 0.

Caio: O gol contra o América, no Estadual de 2010. Ali foi minha estreia com o Joel (Santana). Entrei, fiz a jogada, o gol e daquele momento em diante comecei a ser conhecido pela torcida do Botafogo .

Você não gosta do seu apelido (Antônio Carlos é chamado de Tonhão e Caio de Talismã). Por que?

Antônio Carlos: Porque Tonhão é nome de zagueiro que chuta o chão. O Marcão na época do Fluminense que me deu. Começou me chamando assim e pegou. Mas eu não gosto.

Caio: Não é que não gosto, mas marca de uma forma que acaba virando obrigação. É uma forma carinhosa, mas não é sempre que o jogador que está no banco de reservas entra e resolve um jogo. Às vezes o torcedor não compreende isso.

O que parece para quem olha de fora é que o time é formado por jogadores com grande identificação com o clube. Se sente botafoguense?

Antônio Carlos: Me sinto muito identificado. Foi depois do titulo carioca que a identificação começou a ficar mais forte. Jogador para ficar marcado tem que ganhar um título. E hoje a gente está lutando por outro título. Espero ganhar para marcar ainda mais meu nome no clube

Caio: Me sinto, claro. Quando se defende um clube como o Botafogo, a gente aprende o significado de vestir uma camisa especial. Essa marca fortalece esse amor ao clube.
São 100 jogos de muita história para contar"
Caio
 
Preparado para mais 100 jogos?

Antônio Carlos: Tomara. Tenho contrato ate 2014. Espero fazer muitos mais jogos pelo time.
Caio: Estou sempre preparado para o que der e vier. Se tiver que vestir a camisa do Botafogo mais 300 vezes, será motivo de muito orgulho. A verdade é que o jogador nunca sabe o que está para acontecer. O futuro de um atleta é muito incerto.

Qual o momento mais difícil que passou no Botafogo? O que fez para superar?

Antônio Carlos: Foi depois do 6 a 0 contra o Vasco porque ficou uma desconfiança muito grande em relação aos jogadores que tinham acabado de chegar. Eu vinha do Atlético-GO e a torcida tinha dúvidas do que eu podia fazer. Tivemos que ter cabeça boa e trabalhar. Logo depois, a gente conseguiu reverter com o título.

Caio: Foi no Brasileiro do ano passado, na relação conturbada com a torcida. Conversei muito com meus familiares, coloquei a cabeça no lugar. Sabia que tinha que entrar e jogar para recuperar o prestígio e o espaço. Foi que o fiz. São 100 jogos de muita história para contar.

Como é sua relação com Caio Júnior?
Antônio Carlos: É boa. Tinha uma relação boa com o Joel e o Estevam também. O importante é fazer seu trabalho e tentar conversar para tentar melhorar sempre.

Caio: Profissional. Respeito muito o trabalho do Caio.