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Salvem Neymar!

Lédio Carmona



Nesse momento, a crucificação de Neymar é fácil. Todo mundo joga pedra. Ninguém poupa. E nem deveria ser diferente.

Neymar foi engolido pela monstro do deslumbramento. Perdeu toda noção da boa educação, que, com certeza, seus pais souberam lhe dar. Esqueceu o respeito às regras de bom comportamento e de hierarquia dentro de campo.

Neymar acha que ser craque lhe garante salvo-conduto para qualquer besteira que pense em fazer. Ter talento e ser um projeto (ainda não finalizado) de craque não permite que entenda que o campo é só dele. Ele deve pensar assim, no ritmo do Twitter que, por sinal, ele usa tão mal: “”Quem joga aqui sou eu. Me sigam, é melhor para vocês”.

Neymar, no fundo, no fundo, se acha um tenista num campo de futebol. Quer várias bolas para ele, quer fazer tudo sozinho. Monológo futebolístico, para quem tiver paciência de testemunhar. Que seus súditos o sigam. O moleque divertido, lúdico e apaixonante do primeiro semestre se tornou malcriado, egoísta e fora do tom. Perdeu a linha, perdeu o rumo, perdeu a pureza.

Renê Simões está certíssimo na sua entrevista. Não tiro uma vírgula do que disse o treinador do Atlético-GO. Dorival Junior, ofendido pelo rebelde sem causa, irá puni-lo. Se não o fizer, perde o comando, algo que nunca aconteceu com DJ. E Neymar, com certeza, virá ao Twitter dizer que há uma conspiração contra ele.

O melhor a ser feito agora é tirar Neymar do foco. Afastá-lo pelo período que for possível. Tempo de reciclagem, de ensinamento, de aprimoramento. Neymar não pode ficar em campo dessa forma. Está jogando seu encanto e seu carisma fora. O futebol brasileiro não pode perder Neymar. Precisamos dele. Mas tem que ser o do primeiro semestre, aquele sorridente e divertido. O atual, raivoso, egocêntrico e sem noção, é alguém absolutamente dispensável. Salvem esse talento.

PS: o jogo: Santos 4 x 2 Atlético-GO. De virada. Mas Neymar fez questão de apagar esse detalhe do pensamento coletivo.