Plano de sócio-torcedor é a alternativa do Bota para aumentar público do estádio
Plano de sócios do Botafogo sofre com falta de resultados e trava após efeito Seedorf
Bernardo GentileDo UOL, no Rio de Janeiro
O Botafogo convive com o Engenhão vazio e uma das saídas para mudar
esse panorama é fortalecer o programa de sócios-torcedores. A
contratação de Seedorf gerou um alvoroço em 4 mil alvinegros, que em
menos de uma semana aderiram ao plano – passou de 8 mil adesões para 12
mil. Porém, a falta de resultados positivos fez com que esse ‘boom’ não
se mantivesse por muito tempo e, agora, o clube conta com 15 mil
adeptos.
Apesar do crescimento, o plano do Botafogo está muito longe de outros
mais bem sucedidos no país, caso do Internacional. Após a disputa de
três Libertadores consecutivas – 2009, 2010, e 2011 –, o clube gaúcho
chegou aos 106 mil sócios adimplentes. Enquanto isso, o Alvinegro cresce
a passos curtos, mas segue apostando em Seedorf para uma reviravolta.
“A presença do sócio-torcedor é muito importante, porque ajuda o clube a
desenvolver parcerias e colocar novos produtos no mercado. O Flamengo
tem 30 milhões de torcedores e eu tenho 3 milhões. E minha média é maior
que a deles, que a do Fluminense e do Vasco, todos ganhando campeonatos
nacionais nos últimos anos. As promoções são coisas que ajudam a levar
novos torcedores, mas o volume é o rendimento e a qualidade do time”,
acrescentou o cartola que respondia pelo programa.
E uma das explicações para o baixo número de torcedores no estádio está
diretamente ligada à falta de resultados expressivos nas últimas
temporadas. Sem títulos importantes desde a conquista do Brasileiro de
1995 e há 17 anos fora da Libertadores, o clube encontra dificuldade em
manter seus associados interessados em permanecer nos programas
oferecidos.
BOTAFOGO SEGUE REFORMULAÇÃO E DEMITE DIRETOR DE MARKETING
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Após promover uma verdadeira formulação em seu futebol, o Botafogo surpreendeu e demitiu nesta terça-feira o diretor executivo de marketing, Marcelo Guimarães. No início do ano, o clube havia dispensado o gerente de futebol, Anderson Barros, além do chefe do departamento médico, Luiz Fernando Medeiros, e a psicóloga Maíra Ruas.
“Quando o Seedorf chegou, eu fechei por um ano, mas esse Carioca não me
motivou e deixei de pagar. Pretendo voltar no Brasileiro, mas só se o
time estiver bem. O Seedorf está parecendo que vai jogar ainda mais do
que no ano passado e isso motiva. Assim eu devo voltar a ser
sócio-torcedor. Vamos ver como o time se sairá nesse Carioca”, afirmou o
administrador Henrique Ribeiro, de 26 anos.
“Virei sócio mais para ajudar o meu clube. Alguns jogos nem me
interessam tanto, pois só vou aos mais importantes. O Engenhão também é
longe e com as partidas passando na TV tira a vontade, ainda mais sem
cerveja no estádio. Já fazia parte do plano, mas estava inadimplente.
Com a chegada do Seedorf me empolguei e voltei a pagar. Com esses jogos
do Carioca, não rola de ir ao estádio, é perda de tempo. Voltarei ao
estádio só nas finais e no Brasileiro”, acrescentou o estudante de
direito, Bruno Coelho, de 25 anos.
Com a demissão do diretor executivo de marketing Marcelo Guimarães, o
Botafogo estuda mudanças em sua forma de trabalhar. O presidente
Maurício Assumpção é um dos grandes engajadores do programa de
sócio-torcedores e a estagnação do plano foi um dos motivos que pesou
para o desligamento do ex-dirigente.