Cariocas se dividem sobre extinção dos clássicos no fim do Brasileiro
Flamengo e Botafogo votaram pela manutenção dos jogos entre clubes do mesmo estado nas últimas duas rodadas. Vasco e Fluminense foram contra
A reunião que decidiu pela extinção da obrigatoriedade dos clássicos
nas duas rodadas finais do Campeonato Brasileiro, realizada na última
segunda-feira na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),
dividiu a opinião dos clubes do Rio de Janeiro. Flamengo e Botafogo se
mostraram favoráveis à manutenção dos jogos entre clubes do mesmo estado
no fim da competição, enquanto Vasco e Fluminense acompanharam a
maioria e se posicionaram contra a fórmula adotada pela CBF nos últimos
dois anos. Ao todo, a votação com os clubes da Série A terminou 11 a 8 a
favor da mudança (o representantre da Portuguesa não compareceu).
Um dos motivos alegados na reunião para a alteração na forma de disputa
foi o maior policiamento necessário para cobrir duas partidas
simultâneas na mesma cidade. O modelo com clássicos na reta final foi
instituído pela CBF em 2011 para evitar que os jogos das últimas duas
rodadas percam emoção quando um clube se tornar campeão antecipadamente.
Além disso, evitar que uma equipe sem ambições no fim do torneio não
leve a sério um jogo contra um postulante ao título ou a uma vaga na
Libertadores.
Representantes de 19 clubes da Série A votaram sobre clássicos no fim do torneio (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Notadamente, casos que chamaram a atenção aconteceram em 2009 e 2010.
Com o Flamengo dependendo de uma vitória sobre o Grêmio na última
rodada, em 2009, o time gaúcho escalou reservas para o confronto no
Maracanã. Se o Grêmio ao menos empatasse aquele jogo, o campeão seria o
arquirrival Internacional. Ao fim dos 90 minutos, o Flamengo suou muito,
mas venceu por 2 a 1, de virada, e ficou com a taça.
No ano seguinte, o Fluminense, que disputava o título ponto a ponto com
o Corinthians, enfrentou e venceu nas últimas rodadas, fora de casa, os
desinteressados Palmeiras e São Paulo. O derradeiro rival foi o já
rebaixado Guarani, que mandou a campo um time de reservas. A vitória do
Flu foi muito difícil, por 1 a 0, e valeu o título.