Filho de Bebeto de Freitas divide CT da CBV com jogadores do Botafogo
Botafoguense apaixonado e fã de Seedorf, Ricardo de Freitas é técnico da dupla de vôlei de praia Bárbara/Ágatha, que também treina em Saquarema
O centro de treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em
Saquarema, serviu como cenário para um inusitado encontro. Técnico da
dupla de vôlei de praia formada por Ágatha e Bárbara, Ricardo de Freitas
está em fase de preparação para a reta final do Circuito Brasileiro e
vem usando as instalações desde sábado para os treinamentos.
Coincidentemente, o Botafogo também está concentrado no local desde a
noite de sexta-feira para iniciar a temporada domingo, quando enfrenta o
Duque de Caxias, no Engenhão, pelo Campeonato Carioca.
Mas Ricardo não se trata de um simples técnico de vôlei de praia. Ele é
um torcedor ilustre do Botafogo, filho de Bebeto de Freitas,
ex-presidente do clube e com história na seleção brasileira de vôlei.
Nesta segunda-feira, ficou feliz em ver de perto o holandês Seedorf, que se apresentou mais tarde para a pré-temporada.
- Vamos tirar uma foto com ele hoje (segunda-feira) à noite - contou
Ricardo, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, lembrando que já acompanhava
o holandês nos sete anos em que morou na Itália com seu pai, entre 1990
e 1998. - Nessa época, ele ainda não estava no Milan. Mas sempre
acompanhei futebol e o admiro muito. Não só pelo futebol, mas pelo
profissional que é.
Renan Rippel, Bárbara, Ricardo, Ágatha e Guilherme Zuzart (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Aos 31 anos, Ricardo jogou vôlei de praia, mas a altura (1,84m) o
impediu de dar sequência a sua carreira. Ele decidiu, então, trabalhar
como treinador. De 2001 a 2007, fez parte da comissão técnica da dupla
formada por Sandra Pires e Leila. A escolha profissional o impediu de
ser um torcedor mais assíduo, no entanto, a paixão pelo Botafogo se
mantém forte pelos laços familiares com Heleno de Freitas e João
Saldanha e, claro, do pai.
- Sou botafoguense desde que me entento por gente. Torço pelo time como
qualquer um. É tudo normal. Já fui várias vezes ao Engenhão, gosto de
assistir aos jogos também pela televisão. No Campeonato Carioca, consigo
ir mais vezes e tenho um carinho especial pela competição, pelos
clássicos e forma de disputa. O Brasileiro é mais complicado de
acompanhar, pois o calendário do vôlei no segundo semestre é mais
apertado - explicou Ricardo.
Casado com Bárbara, ele lembrou a época em que seu pai era presidente.
Na época, o Botafogo estava na Série B e conseguiu voltar para a Série
A. Bebeto de Freitas comandou o clube de 2003 a 2008 e até hoje se
mantém ligado ao que acontece dentro de campo, como torcedor. Mas sabe
que não há como ficar alheio aos bastidores.
Ricardo de Freitas é fã do holandês Seedorf (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
- Se eu dissesse que meu pai não se preocupa com as coisas que
acontecem ao Botafogo, estaria mentindo. Como atleta, técnico e
presidente que foi do Botafogo, ele vai estar sempre preocupado, seja
como presidente ou não - comentou.
Para o futuro, Ricardo tem planos e neles o Botafogo está incluído.
Como técnico de vôlei ou até trabalhando no futebol, ele se vê exercendo
algum cargo no clube. Seu pai, Bebeto de Freitas chegou a ser dirigente
também no Atlético-MG, como executivo do futebol profissional.
- Sou técnico de vôlei e tenho vontade de trabalhar um dia no Botafogo.
Pode ser no futebol com uma coisa ligada mais aos atletas. Tive esse
contato quando meu pai foi presidente. Estou ganhando experiência para o
caso de um dia a oportunidade aparecer, mas não quero nada por ser
filho do Bebeto ou amigo de alguém. O Botafogo seria o auge - afirmou.