Meu Jogo Inesquecível: mesmo sem o título, Edson Barboza 'vira' Botafogo
Lutador peso-leve do UFC comprova paixão pelo Glorioso em empate no Maracanã que deu troféu da Copa do Brasil ao Juventude em 1999
O ditado diz que "há coisas que só acontecem com o Botafogo", mas há
Edson Barboza mostra, com orgulho, o escudo do time de coração (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)
O Botafogo havia perdido o jogo de ida, em Caxias do Sul, por 2 a 1, e
precisava apenas de uma vitória por 1 a 0 para se sagrar campeão e
conquistar seu primeiro título nacional desde o Brasileiro de 1995. Por
isso, a torcida alvinegra compareceu em peso ao Maracanã: 101.581
presentes (90.217 pagantes), até hoje o recorde de público da
competição. Foi o suficiente para impressionar o jovem Edson Barboza,
então com apenas 13 anos.
- Foi a primeira vez que eu fui ao Maracanã. Quando vi aquela torcida,
mais de 100 mil pessoas no estádio… Eu já gostava, mas realmente vi que
sou apaixonado por esse time mesmo - afirmou o lutador, hoje com 26 anos
de idade.
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O Botafogo teve algumas boas chances e buscou bastante o gol. Porém,
esbarrou nas mãos do goleiro Émerson e nas traves do Maracanã. O
resultado final de 0 a 0 deu o título ao Juventude, e o time alvinegro,
que, apesar das limitações, contava com jogadores com passagens pela
seleção brasileira, como César Prates, Sérgio Manoel e Bebeto, perdeu
sua chance de marcar o nome na rica história do Glorioso. De fato, o
próprio Edson Barboza lembra pouco da equipe e tem como maiores ídolos
Garrincha, Nilton Santos, Túlio Maravilha e Jefferson. O que o marcou
naquele dia foi a torcida.
- Fiquei vidrado nas bandeiras, no pessoal gritando, fiquei prestando
atenção na torcida. É uma coisa que só botafoguense pode falar. Como a
torcida fala: a gente não escolhe ser Botafogo, a gente é escolhido.
Quando vi aquela torcida lá, gritando, pensei: "Tenho sorte de ser
botafoguense".
Torcida do Botafogo exibe bandeirão do lutador no Engenhão (Foto: André Durão - Globoesporte.com)
Desde que começou a sua carreira no MMA, Barboza sempre fez questão de
falar de sua paixão pelo Botafogo e frequentemente troca mensagens com
outros torcedores pelo Twitter durante os jogos do time. O atleta chegou
a conversar com a diretoria sobre um apoio antes do primeiro UFC Rio,
em agosto de 2011, mas, mesmo sem um acordo, ainda gritou o lema de uma
das torcidas organizadas alvinegras no microfone aberto do evento, após
sua vitória sobre Ross Pearson. Antes de receber a homenagem com o
bandeirão, ele já havia ganhado, da mesma torcida, uma camisa
personalizada com seu nome, que usou para tentar convencer a esposa, a
flamenguista Bruna Almeida, a "virar casaca".
- Ele ficou dizendo que, agora que tinha uma camisa com o nome dele, eu
teria de usar. Ele fica fazendo essas chantagens, mas não funciona -
brincou Bruna.
Mesmo morando na Flórida, EUA, Barboza agora estará presente em todos
os jogos por meio do bandeirão. A torcida bem que gostaria de contar com
sua "patada" em campo, mas o lutador quer ver é outra de suas
características no time deste ano.
- Se pelo menos tivesse um pouco da minha raça, vontade de vencer,
teria resultados melhores. O time tem suas limitações, mas tem raça,
sim. A gente sempre está esperançoso, espero que eles possam dar o
melhor lá dentro, não importa se vencendo ou perdendo - afirmou Edson
Barboza.
Wagner, Jorge Luiz, Bandoch e César Prates; Júnior, Reidner, Sérgio Manoel, Fábio Augusto (Leandro Eugênio) e Caio (Rodrigo); Bebeto (Felipe) e Zé Carlos | Émerson, Picolli, Índio Alagoano, Marcos Teixeira e Dênis; Mabília (Gil Baiano), Roberto, Flávio Paiva e Lauro; Maurílio e Márcio Mexerica (Alcir) | ||||||
Técnico: Gilson Nunes | Técnico: Valmir Louruz | ||||||
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