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Caso de Jobson pode mudar a lesgislação antidoping, diz advogado

Reconhecimento da dependência química foi usado como estratégia pela defesa do atacante em julgamento na Suíça

Por Bianca Rothier Direto de Lausanne, Suíça
Jobson, na Suíça (Foto: Bianca Rothier) 
Jobson, na sede do CAS, na Suíça
(Foto: Bianca Rothier/Globoesporte.com)
 
Se por um lado a Agência Mundial Antidoping achou insuficiente a suspensão de 6 meses para Jobson, levando o caso para a Corte Arbitral do Esporte nesta terça-feira, a defesa do jogador brasileiro acredita que, mais do que absolver o atacante de uma pena extra, a decisão do CAS poderá provocar uma revolução na legislação do tema. De acordo com os advogados que participaram do julgamento, em geral os atletas flagrados em exames indicando o uso de cocaína tentam se esquivar das punições alegando um uso pontual da droga. Jobson, ao contrário, assumiu a dependência química.

- A gente espera que essa decisão abra um precedente capaz até de mudar a legislação antidoping para abrir essa visão sobre o tratamento da dependência química e a importância do esporte para a recuperação - afirmou Carlos Francisco Portinho, um dos três advogados pessoais de Jobson que o acompanharam na audiência em Lausanne, na Suíça.

Durante o processo, o artilheiro do Bahia assumiu o uso de cocaína, crack e álcool, mas garantiu ter superado o vício depois do tratamento. Exames de sangue para monitorar a recuperação e depoimentos de médicos e de uma psicóloga reforçaram as palavras do jogador.

Para o advogado Carlos Francisco Portinho, há uma lacuna no sistema mundial antidoping, e o reconhecimento da dependência química foi a grande questão abordada neste painel na Corte Arbitral do Esporte.

- Esse caso pode representar uma decisão inédita, mudando o foco da legislação e tratando a dependência como uma questão de saúde. Afinal, se o esporte tem como princípio a promoção da saúde, é o que a gente defendeu aqui, o esporte precisa vencer as drogas.