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Dunga é eleito o vilão maior do fracasso da seleção brasileira na Copa

O Globo



RIO -Terá sido pelo mau humor? Terá sido pelas respostas quase sempre grosseiras nas entrevistas? Terá sido por enclausurar a seleção e dar a ela um tratamento de exército-a-serviço-de-um-ditador? Certamente que não. Porque enquanto conseguia os resultados dentro da Copa do Mundo, o técnico Dunga tinha o apoio da maioria dos torcedores, inclusive nos comentários dos internautas nas reportagens e nas enquetes. Só que, diante da Holanda, o resultado não veio. E a derrota fez dele, na opinião dos mesmos torcedores e leitores, o maior responsável pelo fracasso brasileiro na África do Sul.

(Infográfico: os principais momentos da Era Dunga)

Perguntamos após a derrota de 2 a 1 para a Holanda: Quem foi o maior vilão do fracasso do Brasil na Copa? Quase oito mil pessoas (7.771, mais precisamente) participaram. O técnico do "algum problema?" (interpelação áspera que fez ao jornalista Alex Escobar, da TV Globo, antes de xingá-lo na coletiva após o 3 a 0 no Chile) ganharia em primeiro turno, se estivesse disputando uma eleição de verdade. Foram dele, como vilão maior da campanha brasileira, 54% dos votos.

O percentual deve ser um reconhecimento dos leitores à convocação, às escalações, às substituições ou à falta destas últimas, já que, na entrevista após o jogo contra a Holanda, explicou que não fez a terceira alteração que poderia fazer no time porque "não daria tempo para surtir efeito".


 Em segundo lugar, como vice-vilão, ficou o volante Felipe Melo, construído à imagem e semelhança da versão 1990 de seu chefe. Assim como o jogador Dunga na campanha da Copa da Itália, em que o Brasil perdeu para a Argentina e caiu nas oitavas de final, Felipe Melo fica como uma espécie de símbolo dentro de campo da trajetória claudicante da seleção na África do Sul. Votaram nele 34% dos leitores, seguramente inspirados pelo descontrole diante da Holanda e pelo cartão vermelho que matou de vez as chances de reação, após pisão covarde e desleal no holandês Robben.


O craque Kaká, que não apresentou o futebol que se esperava dele na Copa, muito em função das sequelas deixadas por lesões antes do Mundial, mereceu 12% dos votos. Ele estava na lista por ser o principal nome do time e, por isso mesmo, ter a responsabilidade de usar seu talento para resolver situações que fossem complicadas. Ele até se esforçou. Mas, para quem é, foi pouco.