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Com caso Caio em mente, Joel pede fim do egoísmo na reta final

Técnico não cita episódio do atacante, mas lembra importância de vaga na Libertadores para o Bota: 'Nem o Manequinho aguenta mais'

Por Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro

Joel Santana, técnico do Botafogo
(Foto: Jorge Wiliam / Agência O Globo)

Foram 45 minutos de conversa, até mais do que de bola rolando. O treino da véspera do clássico contra o Flamengo serviu para que o Botafogo ajustasse, na base das palavras, algumas situações que precisam ser refletidas em campo já neste sábado. Afinal, sabe-se que um novo tropeço poderá significar o fim do sonho de brigar por uma vaga na Libertadores. Os assuntos em pauta não foram revelados, mas durante a entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, o técnico Joel Santana citou de forma velada o episódio Caio.

No último lance do jogo contra o Corinthians, na última quarta-feira, Caio abusou do individualismo, tentando marcar um golaço quando poderia ter tocado a bola para Loco Abreu, que tinha melhores condições. Em seguida, ainda no campo, foi durante repreendido por alguns dos colegas de time. Ao falar sobre a importância de um grande esforço na reta final do Brasileiro, Joel Santana destacou que, neste momento, a individualidade precisa ser colocada de lado.

- Na vida, é bom olhar para frente, mas é importante olhar para trás. Começamos o ano mal e conseguimos formar uma família, o que é difícil. Nosso projeto é um compromisso moral. Formamos um time campeão e estamos lutando para levar o time a um objetivo que seria bom para o Botafogo e para nós profissionalmente. Não se pode ter o egoísmo de fazer as coisas para nós mesmos e de achar que no fim do ano vou ter cinco ou seis propostas e deixar esses jogadores que me ajudaram. Eles têm que seguir comigo. Não adianta eu estar bem e você estar mal. Ou todo mundo está bem ou todo mundo está mal - frisou.

Joel Santana lembrou que o Botafogo vem durante boa parte do Brasileiro disputando os primeiros lugares e, portanto, não pode, neste momento, deixar que questões internas prejudiquem o desempenho da equipe. Além disso, o treinador destacou que a conquista de uma vaga na Libertadores do ano que vem seria um grande feito diante da recente história do Alvinegro.

- Queremos fechar o ano de forma digna, buscando a Libertadores até o fim. Seria uma proposta diferente dos últimos anos, porque o clube vem sempre com a corda no pescoço. Nem o Manequinho aguenta mais, e olha que é uma criança. Imagina se ele terminasse o ano feliz e fazendo pipi para todos os lados? - brincou o técnico, fazendo referência ao mascote alvinegro, localizado na porta da sede de General Severiano.

Um dos líderes do grupo, Jefferson deixou claro que as repreensões a Caio terminaram no campo. Agora, o momento é de apoiar o atacante de 20 anos.

- Nunca vamos esquecer o que ele fez por nós no Carioca. Vive um momento delicado na carreira, mas somos um exército e nenhum soldado vai ficar no meio do caminho. É grande um jogador e vai nos ajudar muito. Essa é uma página virada, e ele vai com a gente até o fim.