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Garrincha vive

Ex-jogador Coronel e produtora visitam o clube e lançarão livro e filme sobre Mané

 Equipe e Coronel (ao centro) posam ao lado de imagem de Garrincha no restaurante de General Severiano (Crédito: BFR)
Site Oficial do Botafogo

Nas mãos, um exemplar de "Estrela Solitária - Um Brasileiro Chamado Garrincha", biografia escrita por Ruy Castro. Nas conversas, deliciosas histórias da época de jogador. Célebre lateral-esquerdo do Vasco, Coronel, 74 anos, esteve no Botafogo nesta terça-feira. Mas ele não estava sozinho.

Coronel foi a General Severiano porque participará do filme "Simplesmente Passarinho", sobre a vida e obra de Mané Garrincha. O roteirista e diretor André Felipe de Lima, o diretor Marco Antônio Louro, a produtora Suellen Napoleão, o diretor de foto Alexandre Pereira e o ator Jorge Napoleão gravaram uma reportagem sobre o docudrama de 48 minutos, com previsão de lançamento ainda para este semestre.

"Como Garrincha é um ídolo mundial, conhecido por causa do futebol, nossa proposta é explorar o lado ser humano e a infância dele. Mas é inevitável falar de futebol, é claro. Há depoimentos de amigos, de familiares, do primeiro treinador, da primeira professora, do biógrafo dele, Ruy Castro, e de João Havelange, por exemplo, além dos três principais marcadores, Coronel, Altair e Jordan", conta Suellen Napoleão, para acrescentar.

"Mostramos também a história de Mané Caieira, que incentivou o sobrinho a seguir no futebol após ser rejeitado por Fluminense e São Cristóvão. Sem ele, o Garrincha jogador não teria existido", diz.

Coronel também mostra orgulho ao falar de Garrincha, um dos atacantes que mais lhe deu trabalho. Após tantos duelos históricos, ele planeja lançar um livro ao lado dos laterais de Fluminense e Flamengo que também sofreram, no bom sentido, com Mané.

"Convidei Altair e Jordan para fazermos um livro chamado 'Os 3 Joões de Mané', pois era a forma como ele chamava os adversários. Espero que todos prestigiem, pois a verba será para instituições de caridade e para presentear familiares do Garrincha. Quero que o livro saia, no mais tardar, em janeiro", diz Coronel, já antecipando algumas histórias.

"Quando enfrentávamos o Botafogo, Nilton Santos impedia Garrincha de ler o jornal e, para motivá-lo, falava que estava escrito lá: 'Coronel diz que não vai deixar Garrincha tocar na bola'. Em outra oportunidade, Nilton Santos colocou a camisa do Mané na água sanitátia antes do jogo. Se eu segurasse pela camisa, ia rasgar, então eu seria expulso. Quando ele passava por mim, eu não o segurava, mas abraçava. Dei 23 abraços! Ganhei o apelido de Papa XXIII, o papa da época", diverte-se.

Sobrou tempo ainda para Coronel falar do futebol atual. Na torcida pelo seu Vasco, ele revelou gostar muito do Botafogo, comandando por um antigo discípulo dele.

"O Botafogo é especial, o apelido de Glorioso já diz tudo. Estou feliz com a subida no time na tabela, mais ainda porque trabalhei com o Joel Santana jogador no Vasco, eu era auxiliar-técnico e fomos campeões brasileiros em 1974. Ele é um vencedor, basta ver a quantidade de títulos que tem. Torço sempre para o futebol carioca estar no topo", completou.


Danilo Santos