Bota vive momento delicado no fim da temporada
Na reta final, Botafogo não consegue jogar bem e técnico Caio Junior precisa vencer pressão que sofre no clube por resultados
No fio da navalha, Botafogo vive momento complicado no fim da temporada (Charge: Mario Alberto)
LANCEPRESS!
Rio de Janeiro (RJ)
Rio de Janeiro (RJ)
A eliminação precoce na Copa Sul-Americana deixou exposta uma ferida aberta no Botafogo, que passa por fase complicada dentro e fora dos campos, algo que o técnico Caio Junior precisa contornar.
No clube, ninguém fala abertamente, mas o futebol tem dividido cada vez mais espaço com a eleição para presidente, em 25 de novembro. Assim, a blindagem da diretoria ao treinador diminui e a pressão por resultados aumenta.
A atual fase não permite novos tropeços. Caio Junior parece saber bem disso e, ainda na Colômbia, onde o Botafogo perdeu por 4 a 1 para o Santa Fé na última terça-feira, pediu mais aos atletas, já que o time foi goleado com cinco titulares em campo, três deles já convocados para a Seleção (Cortês, Elkeson e Jefferson).
- Aconteceram os dois primeiros gols por falhas nossas. Tenho que assumir a responsabilidade e cobrar dos jogadores - comentou o técnico alvinegro.
O choque no elenco serve também para alertar sobre a nova situação no Brasileiro. Se há duas semanas as chances matemáticas de o Botafogo levar a taça eram de 29%, agora elas caíram para 8%.
Pessoas influentes no clube dizem que a permanência de Caio Junior depende da classificação para a Libertadores. Por sua vez, o técnico segue com o discurso de integração, mesmo sem citar a diretoria:
- Óbvio que colocar seis reservas contra o Santa Fé foi uma decisão interna, planejada por todos - disse o técnico.
A atual presidência, com Mauricio Assumpção, costuma estar muito próxima dos rumos da equipe, só que a responsabilidade de Caio Junior tende a aumentar. Situação e a oposição têm se acusado de irregularidades na eleição, que virou caso de polícia. Ao time, resta esquecer as barreiras de uma vez.
QUEDA DE DESTAQUES ILUSTRA ATUAL MOMENTO
A queda de rendimento do time preocupa e passa fundamentalmente por aqueles que vinham sendo destaque na campanha do Brasileiro. Jefferson, Cortês e Elkeson, todos recentemente coroados com a convocação para a Seleção Brasileira, vivem momentos de dificuldade, ilustrando a fase de reflexão do clube.
Absoluto no gol alvinegro, Jefferson tem sofrido com a fragilidade da retaguarda. Nos últimos três jogos, o goleiro sofreu nove gols. Na esteira do mau momento do time vem Cortês. O jogador não vem apresentando a mesma aplicação e, de acordo com Footstats, errou 30 cruzamentos na segunda metade do campeonato, contra 21 da primeira.
A situação de Elkeson é a mais preocupante. O meia está há 14 jogos sem marcar, o pior jejum desde que chegou ao clube.
O QUE MUDOU EM DUAS SEMANAS
Como era
Cotação alta: Depois da vitória (2 a 0) sobre o Corinthians, há duas semanas, o time chegou a ter 29% de chances de título, de acordo com o matemático Tristão Garcia.
Duas frentes: Além de estar brilhando no Brasileiro, o Alvinegro alimentava ainda a esperança de seguir adiante na Copa Sul-Americana.
É Seleção!: O time chegou a ter seis jogadores servindo seleções: Jefferson, Cortês e Elkeson (Seleção principal), Lucas Zen e Cidinho (sub-20), além de Loco Abreu no Uruguai.
Como está
Derrotas em série: Depois da eliminação na Sul-Americana, o Botafogo chegou à terceira derrota consecutiva.
Queda dos destaques: Boa parte do time deixou a desejar nos últimos jogos, mas o rendimento de Cortês e de Elkeson tem sido abaixo da média, principalmente após a convocação para a Seleção.
Disputa interna: O clube vive um momento conturbado politicamente. As duas chapas concorrentes na eleição de novembro trocam acusações, provocando um ambiente que pode ter reflexos em campo.
OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS
A eliminação na Sul-Americana pode afetar o time no Brasileiro?
"Pode influenciar sim. Uma derrota como aquela repercute e acaba influenciando o grupo."
Humberto Perón, Colunista do L!
"A derrota não influencia a continuidade. Mas a pressão por ter de vencer passa a ser muito maior."
Mariucha Moneró, Colunista do L!
"Eu não concordo com o que foi feito, mas são torneios bem diferentes. Só que a pressão aumentou."
Thiago Bokel, Editor do L!
"Não acredito. No Brasileiro, o Botafogo é outra equipe. Mas a responsabilidade será outra."
Sérgio Arêas, Editor do L!
