Eliminação na Sul-Americana não abala Bota, mas Brasileiro ganha peso
Decisão de priorizar torneio nacional foi tomada em acordo entre diretoria e comissão técnica. Mínimo que se espera em General é a vaga na Libertadores
A eliminação do Botafogo da Copa Sul-Americana não alterou o bom ambiente em General Severiano. Antes do primeiro jogo contra o Santa Fé-COL, diretoria e comissão técnica chegaram a um acordo de priorizar o Campeonato Brasileiro. Não que o clube tenha aberto mão do título continental mas, na visão interna, uma boa campanha no torneio nacional é mais importante e menos sujeita a fracassos inesperados que a competição internacional.
Caio Júnior orienta jogadores no treinamento desta sexta-feira (Foto: Jorge William/Globo)
A lógica é simples. Se o Botafogo continuar brigando pelo título brasileiro, a vaga na Libertadores será uma consequência imediata, mesmo que o caneco não vá para General Severiano. Com isso, o bônus de vencer a Sul-Americana não era atrativo o suficiente para o clube escalar sua melhor equipe e correr o risco de ser eliminada por conta de um mau resultado.
- O Brasileiro dá quatro vagas para a Libertadores, e a Sul-Americana só uma, que é para o campeão – chegou a dizer o técnico Caio Júnior em coletiva antes do primeiro jogo contra a equipe colombiana.
Claro que havia a possibilidade de tentar entrar com força máxima nas duas competições. Mas a avaliação era que o risco de lesões ficaria muito maior, comprometendo o plano de conquistar o título de qualquer um dos torneios. Além disso, o desgaste físico com jogos e viagens em sequência também pesou na decisão de poupar a maioria dos titulares.
Por isso, o técnico Caio Júnior não corre qualquer risco de demissão após a eliminação do torneio continental. O treinador, embora contestado por alguns torcedores, tem a seu favor a boa campanha no Brasileiro, mesmo que o retrospecto fora de casa incomode alguns membros da diretoria. Caio, entretanto, sabe que se o Botafogo continuasse na Sul-Americana teria uma válvula de escape para um tropeço no Brasileiro. Agora, não tem mais.
Presidente aposta no planejamento
do time (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
do time (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
- O Caio é o terceiro colocado no Campeonato Brasileiro. Não tem o que contestar. Não temos problema nenhum. Aliás, é difícil ter problema com uma pessoa correta como ele. Ele é muito trabalhador e tem toda nossa confiança - disse o presidente Maurício Assumpção.
O clima no clube é leve, apesar dos últimos resultados desfavoráveis. Após o duelo contra o Avaí, alguns jogadores ficaram tristes e lamentaram a falta de sorte do time durante o jogo. Mas, alguns dias depois, a confiança e a tranquilidade parecem ter voltado a General Severiano.
Para a diretoria, a chance de conquistar um título que não vem desde 1995 para o Glorioso é algo que não deve ser menosprezado. Chegar à Libertadores do ano que vem é considerado um passo essencial para consolidar o crescimento do clube. Caso a vaga no torneio continental não venha, a campanha será considerada insatisfatória. E Caio Júnior sabe disso. Mas comprou o projeto e aposta suas fichas nisso. O treinador sonha fazer uma campanha histórica com o Bota para entrar no grupo dos técnicos consagrados do Brasil e acabar com as insinuações de que seus times perdem força na reta final. Tem sete jogos para buscar seu objetivo.
Neste sábado, o time alvinegro encara o Cruzeiro, no Engenhão. Depois, pega Figueirense e Vasco, também em seu estádio. Uma sequência de vitórias mantém o Botafogo na briga pelo título e deixa a vaga na Libertadores muito bem encaminhada. Por outro lado, tropeços podem custar caro.