Elkeson luta contra queda na reta final do Brasileirão
Meia não vem repetindo as mesmas atuações do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Seca de gols já dura 12 jogos.
Rapidamente alçado ao posto de astro do Botafogo, Elkeson conheceu a fama repentina e a glória de chegar à Seleção Brasileira. Destaque no Brasileiro, o meia começa a sentir o peso da responsabilidade que ele mesmo construiu com ótimas exibições. As cobranças seriam inevitáveis e, hoje, o jogador vive seu pior momento desde que chegou ao clube.
Como ônus do sucesso, Elkeson passou a ser cobrado de acordo com o que vinha rendendo nas primeiras aparições pelo Alvinegro. Com um primeiro turno impecável, o meia logo ganhou o coração da torcida com jogadas e gols decisivos. Era natural esperar dele algo diferente que pudesse fazer a diferença numa partida. No entanto, o rendimento caiu, e o banco de reservas foi um duro recado por conta da fase que merece alguma reflexão.
A última vez em que Elkeson deixou sua marca foi contra o Fluminense, no dia 27 de agosto. Ou seja, já são quase dois meses de seca, o que pode ter motivado Caio Junior a deixá-lo como opção contra o Avaí. Antes, ele já havia sacado o meia no intervalo do jogo diante do Santos, na Vila Belmiro.
Para preservar a sua peça importante no sistema tático, o treinador alegou que a retirada de Elkeson serviu como exemplo em função de outros titulares terem passado pela mesma situação.
– Herrera passou por isso, Alessandro... Elkeson perdeu um pouco da condição técnica e precisava dar outra movimentação ao time – explicou Caio Junior.
Apesar da justificativa, o treinador reavaliou seu conceito já no intervalo de jogo, tanto que o meia disputou todo o segundo tempo, na Ressacada. Só não há uma explicação definitiva para explicar a atual fase daquele que custou cerca de R$ 5 milhões aos cofres do clube.
Na reta final da temporada, recuperar Elkeson pode ser fundamental para definir o futuro botafoguense no Brasileirão e na Sul-Americana.
Plano de apoio a Elkeson
Caio Junior sabe que, mesmo em momento ruim, Elkeson tem muita utilidade no seu sistema tático. Por isso, o treinador acredita que trabalhar a parte psicológica pode ajudar a recuperar uma das grandes armas do time para os jogos decisivos pela frente.
O banco pode ter sido um aviso, na tentativa de mexer com o brio do meia. O treinador gosta de conversar reservadamente e buscou não deixar o jogador desmotivado com a notícia de que não seria titular contra o Avaí.
- Havia uma programação e, por isso também, resolvemos começar com o Elkeson no banco - disse Caio Junior, dando a entender que o meia poderá ser titular no time misto contra o Santa Fé, na próxima terça-feira, pela Sul-Americana.
Desempenho no Brasileiro
Primeiro turno
Cartão de visitas: Logo em sua segunda partida com a camisa alvinegra, Elkeson mostrou serviço, ao marcar no empate (2 a 2) com o Ceará, em Fortaleza.
Gols em série: Elkeson fez gol nas três partidas seguintes após ter deixado sua marca pela primeira vez pelo Fogão.
Virada após canhão: O meia apostou em uma de suas melhores armas contra o América-MG: o chute forte. Com ele, o jogador deu início à virada de 4 a 2, num jogo que estava complicado.
UFC inspirou: No dia em que o Rio recebeu o megaevento de lutas marciais, Elkeson brilhou contra o Flu. A comemoração no gol que selou a vitória foi inspirada nos lutadores.
Segundo turno
Sinal de alerta: A goleada sofrida para o Coritiba pareceu indicar o momento que o meia viveria no clube. Depois de ver o time apanhar de 5 a 0, Elkeson seria suspenso pela segunda vez no campeonato devido aos cartões.
Reconhecimento: Por conta das boas atuações na primeira parte do campeonato, o meia foi convocado para a Seleção no amistoso com a Argentina.
Sem brilho: O jogador participou da partida contra o Santa Fé (COL) no dia seguinte ao compromisso pela Copa Rocca. Mas teve atuação discreta.
Castigo? Com fracas exibições, Elkeson foi sacado no intervalo contra o Santos e barrado contra o Avaí.
Opinião dos especialistas
Como explicar o momento que Elkeson vive no Botafogo?
"Os jovens têm oscilações maiores do que os mais maduros. O Botafogo precisa cuidar disso."
Marcelo Damato, Colunista do L!
Marcelo Damato, Colunista do L!
"Isso acontece com todo jogador. Nenhum jogador consegue manter o tempo todo o alto nível."
Álvaro Oliveira Filho, Colunista do L!
Álvaro Oliveira Filho, Colunista do L!
"É uma queda esperada. Ele chegou em um auge muito rápido. Mas a fase do time não tem a ver com isso."
Humberto Perón, Colunista do L!