Ronaldinho e Loco Abreu resgatam a idolatria entre torcidas e seus craques
Jogadores são decisivos para Flamengo e Botafogo e acendem as duas torcidas com suas jogadas e gols importantes no Campeonato Brasileiro
O Campeonato Brasileiro de 2011 tem mostrado que é possível um craque renascer, e que a saudade de um ídolo só pode acabar quando ele mostra em campo o porquê de ser o espelho de milhares, ou de milhões de torcedores. Ronaldinho Gaúcho, pelo Flamengo, e Loco Abreu, pelo Botafogo, são exemplos perfeitos destes dois cenários.
Ronaldinho já conquistou tudo no futebol. Copa do Mundo, Liga dos Campeões da Europa, os principais campeonatos europeus atuando por grandes times... mas mesmo assim, a sua vida não foi feita somente de alegrias. Na sua ida para o futebol europeu, saindo do Grêmio e transferindo-se para o Paris Saint-Germain, da França, a torcida gremista não aceitou bem a situação e o vaiou. No último sábado, quando os dois times se encontraram, pelo Campeonato Brasileiro, Ronaldinho estava mais uma vez em desencontro com os tricolores gaúchos, justamente a torcida que o viu nascer e brilhar pela primeira vez, e que não gostou de ele não ter escolhido o Grêmio na sua volta aos gramados do país.
Mas Ronaldinho não conseguiria ouvir nenhuma vaia no sábado. Ele entrou em campo concentrado, mas o som das crianças gritando o seu nome trouxeram o sorriso novamente para o seu rosto. Após dar um belo passe para o gol de Thiago Neves e acertar algumas belas jogadas, Ronaldinho surpreendeu o goleiro Victor, roubou-lhe a bola e fez o segundo gol rubro-negro. E, como é ídolo duas vezes, ainda abraçou o adversário.
Em outro estado, mais precisamente em Minas Gerais, o uruguaio Loco Abreu estreava pelo Botafogo na 13ª rodada do Brasileirão. Recém chegado da Copa América, quando jogou apenas alguns minutos e nem tocou na bola, Abreu foi elegante ao comentar sua participação na campanha do título uruguaio, dizendo ter se sentido honrado de ser reserva de Forlán e Suárez.
Mas, no Botafogo, ninguém é mais ídolo do que Loco Abreu. Antes da partida, ele foi cumprimentar o técnico Joel Santana, com quem teve algumas desavenças no Alvinegro. Para deixar tudo no zero a zero,. Mas esse placar não é muito do feitio de Abreu. Porque no seu retorno ao time ele fez tudo o que o torcedor botafoguense mais aguardava. Um gol. O gol da vitória.
Ídolos recebem faixas de boas vindas. Por eles se organizam filas e se adotam nomes. Por eles se copiam gestos, se criam expectativas às vezes mal-correspondidas. A verdade é que, para o mal, ou - como é mais comum - para o bem, os ídolos nunca são esquecidos.